Sem conseguir criar partido, Bolsonaro aparelha PSL
Foto: Ailton de Freitas / Agência O Globo
Após O GLOBO revelar, neste sábado (11), a reaproximação do PSL com o presidente Jair Bolsonaro, o senador Major Olimpio (PSL-SP) escreveu, à noite, uma mensagem no grupo de parlamentares do partido, no WhatsApp, ameaçando deixar a legenda.
“Ao ler matéria jornalística dando conta (de) que Bolsonaro busca reaproximação com o PSL para ampliar sua base, e que ligou para (o presidente do partido) Luciano Bivar e que o vice-presidente do partido, (Antonio) Rueda, e (o senador) Flávio Bolsonaro (Republicanos) costuram a aproximação, me deu vontade de vomitar!”, postou Olimpio em sua conta no Twitter.
Na sequência, completou:
“Eu disse no grupo de parlamentares do PSL que, se isto acontecer, sentirei muita saudade do partido. TCHAU QUERIDOS!”
Bivar, por sua vez, procurou a reportagem e rebateu:
— Quem quer, faz. Não ameaça.
Eleito pelo partido, Bolsonaro rompeu com a legenda e se desfiliou no fim do ano passado. Na ocasião, chegou a dizer a um apoiador para “esquecer” Luciano Bivar, que preside a legenda, pois ele estaria “queimado para caramba”. A reaproximação foi selada com um telefonema de Bolsonaro para Bivar, há duas semanas. A conversa foi rápida, porém cordial. Antes disso, o partido já havia acenado ao presidente com a retirada de Joice Hasselmann (PSL-SP), opositora de Bolsonaro, da liderança da sigla na Câmara dos Deputados. Em troca, como garantia para ampliar sua base no Congresso, o Planalto ofereceu cargos ao partido, como a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste, a Eletrosul e o Banco da Amazônia. Dirigentes do PSL afirmam que os cargos não foram aceitos e que a reaproximação com o presidente ocorre por “afinidade de pautas”.