Sem partido de Bolsonaro, deputados buscam alternativas
Foto: Luís Macedo / Agência Câmara
A demora na criação do Aliança Pelo Brasil, partido que Jair Bolsonaro pretende fundar, já traz consequências práticas para a futura legenda do presidente. Com a previsão de a sigla sair do papel apenas no final do ano que vem, quase dois anos após o planejamento inicial, deputados bolsonaristas que embarcariam no partido já desistiram do projeto. Neste domingo, Bolsonaro afirmou que o partido sairá do papel a tempo da eleição de 2022, mas que “tem uma alternativa caso dê errado”.
Os deputados Luiz Lima (RJ) e Coronel Chrisóstomo (RO) decidiram permanecer no PSL, enquanto Otoni de Paula, festejado pela militância bolsonarista no evento de lançamento do Aliança, em novembro passado, acertou a ida para o PTB, de Roberto Jefferson. A debandada pode ser ainda maior: o PSL planeja uma reunião com todos os deputados e, diante da reaproximação com o Palácio do Planalto, tentará convencer mais bolsonaristas a não se desfiliarem. No grupo de WhatsApp do Aliança, 90% dos políticos que atuam para fundar a legenda estão, hoje, no PSL.
A demora para a criação da legenda, mesmo com o apoio significativo que Bolsonaro tem de boa parcela do eleitorado, é vista no meio político como um “fracasso” do presidente como articulador político. (Colaborou Daniel Gullino)