União de entregadores obriga empresas a diminuir exploração
Foto: Isanelle Nascimento
As paralisações organizadas pelos trabalhadores de aplicativos de delivery nas últimas semanas acirraram a tensão das empresas não só com os entregadores, mas também entre elas próprias. Desde o início da pandemia, que evidenciou as fragilidades do modelo de negócio, as concorrentes entraram em uma disputa de imagem para se diferenciar umas das outras. No entanto, as tentativas não têm sido reconhecidas pela categoria, que vê pouca distinção entre elas.
Em entrevista ao Painel S.A. na quinta (16), executivos do iFood afirmaram que a companhia foi pioneira em dar benefícios a entregadores na pandemia e que as concorrentes não fazem o mesmo, o que teria levado às greves da categoria.
A Uber, porém, diz que mantém desde o começo da crise, um fundo de R$ 25 milhões para apoiar motoristas e entregadores. Diz também que ofereceu aos prestadores de serviço orientação médica online do Einstein e lhes deu itens de higiene.
Gérson Cunha, presidente-interino do SindimotoSP, refuta a afirmação do iFood de que a insatisfação dos trabalhadores é causada pelos concorrentes. “Basta sair na rua e falar com os entregadores para ver que a questão envolve as cinco empresas [iFood, Uber Eats, Rappi, Loggi e Lalamove].”
Na última terça (14) houve uma tentativa de conciliação entre as companhias e o sindicato, em reunião virtual mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, mas o sistema teve instabilidades precisou parar no meio. Ainda não marcaram uma nova data.