Embaixador do Brasil na OMC irá para setor privado
Foto: Agência O Globo
De saída da Organização Mundial do Comércio, o embaixador Roberto Azevêdo vai assumir um cargo na iniciativa privada: segundo fontes ouvidas pela coluna, ele estaria em negociações para ser o representante no país do gigante de comércio eletrônico chinês Alibaba.
Em maio, o diplomata anunciou que deixará o cargo na organização multilateral no final de agosto — um ano antes do fim do seu mandato. Na época, afirmou se tratar de uma decisão de caráter “pessoal e familiar”. Azevedo assumiu a direção da OMC em 2013 e este é o seu segundo mandato.
Na agenda institucional do Alibaba no país está a proposta de reforma tributária do Ministério da Economia, que amplia impostos e responsabiliza as plataformas de comércio eletrônico pelo recolhimento de tributos de terceiros.
O Brasil é o quinto maior mercado para o AliExpress, o site de e-commerce do grupo Alibaba. Recentemente, a empresa fechou um contrato com uma empresa de carga aérea para a realização de dois voos por semana para trazer mercadorias da China para o Brasil e o Chile.
A saída de Azevêdo da OMC acontece em um momento de paralisia na entidade, que é uma espécie de xerife do comércio internacional. Em dezembro, a OMC teve que suspender as atividades de seu Órgão de Apelação, última instância para a resolução de conflitos comerciais entre os países, por um boicote dos EUA.