Pandemia está devastando mercado de trabalho de professores

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Foto: Arvense/Divulgação

Pela primeira vez em 30 anos, Maria Célia Crepaldi, 58, não encontrou seus alunos para o segundo semestre de aulas. Professora em uma escola particular, ela foi demitida no início de agosto depois que só dois alunos permaneceram matriculados na turma.

Etapa mais atingida pela saída de alunos durante a pandemia do novo coronavírus, a educação infantil (que atende crianças dos 0 aos 5 anos) tem concentrado mais de 70% das demissões de professores da rede particular, que planejam buscar novas áreas para atuar por verem que a crise no setor deve se estender.

Segundo estimativa da Fenep (Federação Nacional de Escolas Particulares), cerca de 300 mil docentes da educação básica já foram demitidos durante a pandemia. Os donos de escola afirmam que há risco de o número crescer, já que os pais podem não voltar os filhos para a rede particular neste ano.

Crepaldi era professora de uma escola em Moema, na zona sul de São Paulo, com mensalidades para a educação infantil em pelo menos R$ 2,2 mil. “Dou aula para crianças pequenas desde os 17 anos e nunca fiquei desempregada. Nunca imaginei ver tantos professores sem trabalho”, contou.

Redação com Folha