PMs de SP não comandarão câmeras corporais

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Foto: Reprodução

O governo de São Paulo vai remodelar o sistema de câmeras corporais que começaram a ser usadas por policiais militares esse mês no estado. Os PMs deixarão de ter o controle no acionamento das gravações, que passará a ser feito automaticamente pela sala de comando da polícia militar. Outra mudança será a transmissão online das imagens registradas nas ruas para a central da PM.

As duas mudanças foram apresentadas nesta segunda-feira por representantes da Secretaria de Segurança Pública a empresas do setor de tecnologia e segurança. A reunião aconteceu menos de um mês depois do governador João Doria anunciar a adoção das câmeras corporais no policiamento do estado.

O equipamento, do tamanho de um celular, fica no colete do policial. O programa, apelidado de “Olho Vivo”, começou esse mês com 585 câmeras doadas pela iniciativa privada em três batalhões da capital paulista. Um outro lote de 2.500 será adquirido por licitação até o fim do ano.

No mês passado, ao divulgar a medida, o governo comunicou que o acionamento das câmeras seria de responsabilidade dos policiais em patrulhamento. Também informou que a transmissão das imagens gravadas aconteceria quando o policial retornasse a seu batalhão. O objetivo era reduzir as resistências por parte da corporação ao uso do equipamento.

As medidas, entretanto, foram alvo de críticas de especialistas e estudiosos em segurança pública, uma vez que uma das motivações para o uso das câmeras é coibir o abuso policial. O governo defende que os equipamentos vão ajudar na elucidação de crimes, na produção de provas e na proteção do próprio policial.

Nos últimos meses, a gestão do governador João Doria tem sido alvo de denúncias de abuso policial com vídeos circulando pela internet de abordagens violentas e condenáveis.

A segurança pública é um dos temas caros a Doria, eleito sob a bandeira do endurecimento contra os criminosos.

Para contemplar as mudanças na operacionalização das câmeras corporais, o estado prepara uma revisão do edital de compras das 2.500 câmeras já lançado no mercado. O governo vai exigir que os equipamentos a serem adquiridos pelo governo permitam o acionamento automático e remoto e a transmissão em tempo real das gravações.

Por questões tecnológicas e de custo operacional, a transmissão online das imagens não deverá ser disponibilizado para todas câmeras ao mesmo tempo.

O Globo