PSDB quer expulsar tucano bolsonarista
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A Executiva Nacional do PSDB decidiu, por unanimidade na manhã desta quinta-feira, que a representação contra o deputado Celso Sabino (PSDB-PA) seja encaminhada para o Conselho de Ética do partido. A representação pede a expulsão do parlamentar da legenda por “violação ao estatuto e à ética partidária”. O partido alegou que Sabino anunciou que assumiria o cargo de líder da Maioria na Câmara sem discutir previamente com integrantes do PSDB ou com a bancada.
O presidente do Conselho de Ética do PSDB, César Colnago, deve designar um relator para o processo e notificar o deputado para que apresente sua defesa. Sabino terá um prazo para se defender e pode acabar expulso da legenda se os integrantes do Conselho deliberarem para isso.
Membros da Executiva argumentaram nesta quinta que o comportamento dele feriu o parágrafo 1º do artigo 49 do Estatuto, segundo o qual, “os integrantes das bancadas nas Casas Legislativas deverão subordinar sua ação parlamentar aos princípios doutrinários e programáticos e às diretrizes estabelecidos pelos órgãos de direção partidários”.
Na manhã desta quinta-feira, Celso Sabino embarcou com o presidente Jair Bolsonaro para o Pará, onde participaram da inauguração da primeira etapa das obras do Porto Futuro, um espaço de lazer e turismo no centro de Belém. Celso Sabino postou nas suas redes sociais uma imagem apertando a mão do presidente dentro da aeronave presidencial. Na Câmara, o partido tem posicionado independência do governo Bolsonaro.
Apesar da representação, o deputado não deve mais assumir a liderança da Maioria na Câmara. Dois dos 11 partidos que haviam assinado o requerimento pela troca de Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) por Sabino recuaram para não se expor a desgaste, esvaziando o pedido inicial. Assim, Aguinaldo continua à frente da liderança, impondo uma derrota a Arthur Lira (PP-AL), que capitaneava a troca com o líder do PL, Wellington Roberto (PB).
O documento pedindo a troca havia sido assinado inicialmente pelos líderes do PSL, Republicanos, PSC, PP, Solidariedade, Avante, PL, PTB, Patriota, PSD e PROS. Juntos, eles representavam 246 deputados. O regimento da Câmara estipula que o líder é indicado pela maioria (257), ou, se nenhum grupo tiver sozinho a maioria da Casa, pelo maior bloco de partidos.
Desistiram de assinar o requerimento o Republicanos e o PSL. Sem eles, Lira e Wellington Roberto perderam a maioria necessária dentro do bloco para trocar Aguinaldo Ribeiro por um aliado dos dois. Rodrigo Maia, portanto, não deve endossar a troca.
Na semana passada, o presidente do PSDB, Bruno Araújo (PE), havia anunciado que seriam adotadas medidas formais para solicitar a expulsão de Sabino do partido caso ele fosse nomeado. O deputado paraense é aliado do deputado Aécio Neves (MG) e não pertence à ala de Araújo, ligada ao governador de São Paulo, João Doria.