Restaurante é boicotado por donos bolsonaristas
Foto: Reprodução
Após o empresário Afrânio Barreira, fundador da rede Coco Bambu, ter ido ao Palácio da Alvorada para um almoço com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na última quarta-feira (5/8), muitas pessoas usaram as redes sociais para estimular um boicote aos restaurantes da rede.
Embora o almoço tenha ocorrido na quarta, no sábado (8/8), o país superou o número de 100 mil mortos pela pandemia do coronavírus. A foto tirada com o presidente acabou sendo associada nas redes a uma comemoração indevida, no dia em que o país atingia a triste marca.
Apesar de o almoço ter ocorrido na residência oficial da Presidência da República, quem levou a comida foi o empresário e sua mulher, que é sócia da rede, Daniella Barreira.
Na tarde deste domingo (9/8), as postagens citando o restaurante especializado em frutos do mar somavam quase 8 mil no Twitter, ficando entre as mais citadas na rede social.
Ver o restaurante Coco Bambu levando um cardápio completo para Bolsonaro comemorar as 100 mil mortes no país é simplesmente lamentável. Que nojo!
— Diego Swiftie (@Dieego__13) August 9, 2020
Algumas pessoas que frequentavam o restaurante disseram que não voltarão, devido à proximidade dos empresários com o presidente.
Já fui no restaurante coco bambu algumas vezes porque eu adoro camarão. Não sou exigente com comida mas a de lá nunca foi boa, sempre achei nota 6,5.
Sinto que se eu voltar a comer lá estarei contribuindo indiretamente pra campanha do Bolzonaro, então não vou mais. Nunca mais.— irene (@iaraujo21_) August 9, 2020
O encontro foi agendado pela deputada federal Bia Kicis (PSL), ex-líder do governo no Congresso Nacional. Além de Afrânio, também estiveram presentes diretores da rede de restaurantes e sócios.
No cardápio, havia uma salada variada, três pratos nos quais o principal ingrediente vem bem cozido, já que sabiam que o presidente tem aversão a peixe cru.
Essa característica ficou explícita quando, em visita ao Japão em outubro do ano passado, ofereceram a ele sashimi. O presidente rejeitou, dizendo que só comia “peixe frito”.
A reportagem tentou contato com a assessoria do restaurante, mas ainda não obteve retorno. O espaço continua aberto para as manifestações. O Planalto não havia comentado o assunto até a última atualização deste texto.