Aras não quer decidir sozinho futuro da Lava Jato
Foto: Imagem Valor Econômico
O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou nesta terça-feira que tem “responsabilidade com os destinos da instituição” e que convocará uma sessão extraordinária do Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF) para debater a prorrogação da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba.
Na semana passada, oito dos dez conselheiros assinaram um ofício pedindo para que Aras não acabasse com o grupo que atua no Paraná e foi o berço da operação de combate à corrupção na Petrobras. O tema tem gerado polêmica, com críticas do procurador-geral à operação. Ele precisa tomar uma decisão até 10 de setembro.
“Oito colegas subscreverem um ofício pedindo a renovação da força-tarefa. Esse ofício está na minha mão, nós temos prazo para deliberar. Certamente que o procurador-geral tem responsabilidade com os destinos da instituição tanto quanto Vossas Excelências. Nesse sentido, a própria prorrogação de eventuais presenças de colegas na força-tarefa, subsidiando o promotor natural também terá tempo para ser decidido”, afirmou Aras.
A declaração aconteceu durante uma sessão do Conselho Superior que elegeu o subprocurador Bonifácio de Andrada como vice-presidente do órgão.
Quando Aras assumiu a Procuradoria-Geral da República, no ano passado, chamou Bonifácio para ser o número dois do Ministério Público. O subprocurador, no entanto, pediu para deixar o cargo em março, após uma série de embates com o chefe.
O placar da votação desta terça-feira, de seis a quatro, mostra que o Conselho Superior está dividido, mas que, após a chegada de novos membros ao colegiado, Aras deve enfrentar uma oposição sistemática dentro do órgão.