Bolsonaro e Moro traçam estratégias para depoimento
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Antonio Cruz/Agência Brasil
Enquanto o Supremo Tribunal Federal não decide a forma que será tomado o depoimento do presidente Jair Bolsonaro no inquérito que investiga se ele interferiu ou não na Polícia Federal, interlocutores dele e do ex-ministro da Justiça Sergio Moro já começam a delinear as estratégias para a oitiva.
Do lado de Moro, o roteiro de perguntas a serem dirigidas ao presidente já está pronto. Seus aliados dizem que foram esmiuçados todos os depoimentos prestados aos policiais no inquérito até agora com o objetivo de formular as perguntas dentro da linha de investigação adotada pela PF. Desse lado do campo, porém, a avaliação é a de que, qualquer que seja o resultado do depoimento, o destino da investigação já está traçado: o arquivamento pelo procurador-geral da República, Augusto Aras. Isso mesmo com a PF apresentando um relatório conclusivo deixando claro haver indícios de crime por parte do presidente, como o entorno de Moro acredita que será.
Já do lado do presidente, há uma clara expectativa de que o STF não acompanhará Celso de Mello e irá barrar o depoimento. Mas, ainda que ele ocorra, que o presidente se valha da regra legal de não responder às perguntas. Uma ideia que começa a circular dentre seus interlocutores é o de apresentar tão somente uma petição esclarecendo os fatos do inquérito e até mesmo se recusar a responder.