Bolsonaro usa PGR contra Joice
Foto: Fabio R. Pozzebom/Agência Brasil
O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu a abertura de inquérito contra Joice Hasselmann (PSL-SP), deputada federal e candidata à Prefeitura de São Paulo, para apurar a suspeita de que servidores do gabinete criavam perfis falsos em redes sociais para atacar adversários.
O pedido, no Supremo Tribunal Federal (STF), partiu de uma notícia-crime apresentada pela também deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), após uma reportagem da CNN.
O relator é o ministro Luís Roberto Barroso. O pedido de Aras é de 27 de agosto e está sob sigilo. Até agora, Barroso não decidiu se vai dar seguimento à investigação.
Na peça, o PGR relata que a reportagem do canal CNN veiculou “um suposto áudio de uma assessora da representada, em que haveria explicação sobre o funcionamento de um esquema de uso de CPFs falsos para a criação de perfis fictícios em redes sociais”.
Entre os supostos adversários que seriam alvo de Joice a peça cita o presidente Jair Bolsonaro; os filhos dele, Eduardo e Flávio Bolsonaro; a própria Carla e a deputada Beatriz Kicis (PSL-SP).
Para Aras, há indícios da prática dos crimes de constrangimento ilegal, difamação, falsidade ideológica e associação criminosa.
“Os fatos noticiados são relativos ao exercido de cargo público, dado que, em tese, foram praticados pela deputada federal Joice Hasselmann e por servidores de seu Gabinete, sob seu comando, num contexto de disputa com adversários políticos. De outro lado, os fatos potencialmente criminosos foram cometidos no curso do mandato da representada”, diz o texto.