Bolsonaro usa travesti para desfazer pecha de homofóbico
Foto: Reprodução
Detentor de vasto histórico de ofensas e ataques à população LGBTQIA+, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recebeu a travesti Addila Costa, 35, para um almoço no Palácio da Alvorada nesta segunda-feira (7).
A cabeleireira e maquiadora cearense viajou à Brasília para participar dos eventos do Sete de Setembro e para saudar Bolsonaro. Na multidão, carregando uma bandeira estampada com as cores do arco-íris e o rosto do presidente, gritou por Agustin Fernandez, maquiador e amigo da primeira-dama Michelle Bolsonaro, apelidada de “diva suprema” por Addila.
Há algumas semanas, Michelle promoveu uma festa de aniversário na residência presidencial para Agustin, o “divo”. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, e a ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) marcaram presença.
Addila queria uma foto com Bolsonaro, mas Agustin pediu que esperasse até depois do evento. E então foi abordada por um segurança, entrou em um veículo presidencial e foi levada ao encontro de Bolsonaro.
“Foi um tratamento extremamente natural, simples, com muito amor e respeito, não só da parte dele como de toda a família. Ele me chamou, disse para eu sentar mais próxima dele, tivemos um papo muito especial. Começou a rir das minhas brincadeiras, porque cearense não nasce, estreia. Foi super divertido, leve, descontraído”, diz Addila.
“A grande mídia rotulou, disse que é preconceituoso, homofóbico, eu sempre soube que não. Não votei nele, mas meu coração sempre dizia que tinha uma coisa errada. Depois fui estudar e descobri que tudo é jogo de marketing. Descobri que ele era o único cara que defendia o único cara gay do sistema, brigando para que respeitassem o Clodovil [Hernandes (1937-2009), estilista e deputado federal, com quem Bolsonaro conviveu na Câmara] “, afirma a cabeleireira.
Redação com Folha