“Capitã Cloroquina” resiste a tomar… cloroquina
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Veterana na criação de personagens para disputar eleições, a advogada Regina Célia Sequeira aproveitou um tema em evidência na escolha do nome que usará na urna em novembro. Com a alcunha “Capitã Cloroquina”, uma vestimenta militar e um chicote na mão, ela tentará uma vaga na Câmara de Vereadores do Rio.
A Organização Mundial de Saúde suspendeu os estudos clínicos com a cloroquina após apresentar risco para os pacientes com covid-19. Mesmo sem comprovação científica, Bolsonaro não só incentivou como afirmou ter usado o medicamente quando esteve coma doença.
Regina diz respeitar as opiniões controversas sobre o assunto. Ela conta que viu nos personagens uma forma de se destacar perante o eleitor. Depois de aparecer como “Zefa: a emergente da Baixada”, ao tentar uma vaga na Câmara Municipal de São João de Meriti, em 2004, ela criou a “Super Zefa”, na disputa para a Câmara dos Deputados, em 2006. Na ocasião, com a ajuda do horário eleitoral, obteve 5.713 votos pelo então PTdoB, atual Avante.
— Ninguém aguenta ficar sempre na mesma. Criei a “Super Zefa” para dar um refresco na minha cabeça. Naquele momento, a política estava precisando de um super-herói. Me lancei antes do Tiririca (deputado federal). Depois dele, um monte de gente se veste de tudo – disse a candidata.
Para este ano, ela viu no medicamento defendido pelo presidente Jair Bolsonaro um bom tema de campanha. Com o slogan “Capitã Cloroquina: remédio para propina”, a candidata pretende chamar a atenção e atrair eleitores insatisfeitos.
– Eu busco, no momento do pleito, um assunto em evidência. Falar de cloroquina para mim é ótimo – diz.
Apesar do nome, Regina diz que evitaria o uso da cloroquina caso contraísse o coronavírus:
— Só em último caso — explica.
Durante a pandemia, passou dois meses sem sair do apartamento onde mora, na Barra da Tijuca, contando com a ajuda do marido, Antônio Sequeira. Eleitora de Jair Bolsonaro, ela ainda apoia o presidente.
— Sou bolsonarista de carteirinha
A advogada, que diz não acreditar em ideologia partidária, já passou por cinco partidos em sua trajetória política. Com as derrotas nos pleitos passados, ela confessa estar menos otimista para esse ano e espera aparecer na propaganda partidária na televisão.
– A TV é aberta é muito importante para mim. Não tenho rede social nem uma equipe para me ajudar. Devo criar um conta essa semana. Ainda não sei como viralizar – brinca Regina.