Declaração de Bolsonaro deve dificultar vacinação no país
Foto: Kai Pfaffenbach
A afirmação do presidente Jair Bolsonaro de que “ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina”, nesta segunda (1), dia em que o Brasil ultrapassou os 122 mil mortos pela Covid-19, traz preocupação quanto a movimentos antivacina e desincentivo à imunização uma vez que esta esteja disponível.
Na falta de uma cura para doença, a vacina contra o Sars-CoV-2, tão logo seja aprovada em testes, é a única solução para um retorno à vida normal. Embora o presidente não tenha se declarado contra a vacinação em si —apenas contra a obrigatoriedade —, declarações como essa vindas de líderes políticos são combustível para eventuais temores e mesmo negligência de parte da população.
O episódio, ao minimizar a importância da vacinação contra uma vírus cuja gravidade do efeito no corpo é imprevisível, parece repetir o comportamento de desdém de Bolsonaro com as máscaras de proteção facial, depois tornadas obrigatórias e mesmo assim evitadas por ele.
Também cria uma cacofonia de diretrizes dos governos, outro efeito daninho à orientação da população —durante toda a atual pandemia, especialistas alertaram para a importância de haver uniformidade e clareza das orientações transmitidas.
Redação com Folha