Dólar dispara a R$ 5,50 por temor da economia
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A preocupação dos investidores com a situação das contas públicas brasileiras faz com que o dólar opere acima dos R$ 5,50 nesta quarta. Por volta das 12h50, a moeda americana subia 1,51%, valendo R$ 5,551. Na Bolsa, o Ibovespa (principal índice da B3) recua 1,07%, aos 96.250 pontos.
Na véspera, o Ministério da Economia divulgou que o país deve fechar o ano com déficit de R$ 861 bilhões. O total é 9,3% maior do que o projetado no relatório de julho, R$ 787,5 bilhões.
— A notícia do aumento da projeção do déficit, combinada com a saída recorde de capital do país, explicam a pressão sobre o dólar, fazendo a moeda ganhar força nos últimos dias — avalia Flávio Byron, sócio da Guelt Investimentos.
Conforme publicado pelo GLOBO, nos primeiros oito meses deste ano, US$ 15,2 bilhões deixaram o país, o maior volume para o período desde em 1982, de acordo com dados do Banco Central. Na Bolsa, de janeiro a setembro deste ano, já houve fuga de R$ 87,3 bilhões, maior saída da série histórica da B3.
Os analistas destacam que tanto a saída de dólar do país quanto a não entrada de novos recursos estrangeiros fazem com que a cotação da moeda americana fique pressionada.
Embora a Bolsa brasileira opere em queda nesta quarta, as empresas de aluguel de veículos registram altas acentuadas. A Localiza opera com ganhos de 12,83%, enquanto a Unidas sobe 17,74%.
O que explica o movimento de valorização é que a Localiza vai incorporar as ações da Unidas, criando um grande grupo do setor. A transaçao ainda precisa ser aprovada pelos acionistas de cada empresa e pelo Conselhor Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Ainda no lado dos ganhos, a resseguradora IRB avança 9,74%. A empresa teve alta de 100,8% no faturamento bruto de julho, na comparação com igual mês do ano anterior.
Já na ponta das perdas, aparecem os frigoríficos. A Marfrig registra perdas de 4,24%. JBS e Minerva recuam, respectivamente, 2,09% e 2,76%.