Economistas pioram previsão do PIB em 2020

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Foto: André Dusek/Estadão

Após nove semanas consecutivas de melhora, os economistas do mercado financeiro ajustaram sua estimativa média e passaram a prever um tombo maior do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020. Com isso, a projeção de queda da atividade neste ano passou de 5,28% para 5,31%.

A expectativa faz parte do boletim de mercado, conhecido como relatório “Focus”, divulgado nesta terça-feira, 8, pelo Banco Central (BC). Os dados foram levantados na semana passada com economistas de uma centena de instituições financeiras. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no País e serve para medir a evolução da economia.

A expectativa para o nível de atividade foi feita em meio à pandemia do novo coronavírus, que tem derrubado a economia mundial e colocado o mundo no caminho de uma recessão. Nas últimas semanas, porém, indicadores têm mostrado o início de uma retomada da economia brasileira.

Na semana passada, o IBGE divulgou que o PIB brasileiro registrou tombo de 9,7% no segundo trimestre em relação ao primeiro, a queda mais intensa desde que o instituto iniciou os cálculos do PIB trimestral, em 1996. Até então, o maior tombo já registrado no País tinha ocorrido no 4º trimestre de 2008 (-3,9%). Com o desempenho, o Brasil entrou oficialmente em recessão técnica, caracterizada por dois trimestres consecutivos de encolhimento do nível de atividade.

Para 2021, a expectativa do mercado financeiro de crescimento do PIB foi mantida em 3,50%.

Segundo o relatório divulgado pelo BC nesta segunda-feira, os analistas do mercado financeiro elevaram a estimativa de inflação para 2020 de 1,77% para 1,78%. Foi a quarta alta seguida do indicador.

A expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta central, de 4%, e também do piso do sistema de metas, que é de 2,5% em 2020.

Pela regra vigente, o IPCA pode oscilar de 2,5% a 5,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. Quando a meta não é cumprida, o BC tem de escrever uma carta pública explicando as razões.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).

Para 2021, o mercado financeiro manteve em 3% sua previsão de inflação. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.

Após a queda para a mínima histórica de 2% ao ano no começo de agosto, o mercado segue prevendo manutenção da taxa básica de juros da economia, a Selic, neste patamar até o fim deste ano.

Para o fim de 2021, a expectativa do mercado ficou estável em 2,88% ao ano. Isso quer dizer que os analistas seguem estimando alta dos juros no ano que vem.

Estadão