Envolvimento de membros da cúpula do Judiciário deve travar investigações
Foto: Fabio Rossi | Agência O Globo
Advogados e juristas acreditam que a operação deflagrada nesta quarta-feira (9) pela Lava-Jato do Rio sobre desvios milionários do Sistema S realizados por escritórios de advocacia não deve ter vida longa. A avaliação deles é que o caso envolve dois filhos de ministros e que não há como apurar os fatos sem envolver os magistrados.
Em sua delação, o ex-presidente da seção do Sistema S no Rio, Orlando Diniz, apontou crimes envolvendo Eduardo Martins, filho do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, e Thiago Cedraz, filho do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Aroldo Cedraz. Para os advogados e juristas, não é possível apurar o caso sem investigar os magistrados, já que seria necessário comprovar a atuação deles nos tribunais.
Outro fator apontado pelo grupo é que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, que já impôs muitas derrotadas à Lava-Jato, deve ser o responsável por esse caso na corte. A aposta é que ele atenderá boa parte dos pedidos das defesas e pode anular medidas autorizadas pelo juiz da primeira instância, Marcelo Bretas.
Integrantes do Ministério Público do Rio, porém, destacam que não houve violação de prerrogativa de foro e que os ministros do STJ e TCU foram vítimas dos advogados denunciados. Por isso, apontam que não há qualquer imputação sobre os magistrados. Cedraz e Martins foram denunciados pelo MP pelo crime de exploração de prestígio.