Patrimônio de candidatos no país soma R$ 1,3 bilhão

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Foto: Lalo de Almeida/Folhapress

Cerca de 53 mil candidatos registraram no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter no patrimônio dinheiro em espécie, em reais e moedas estrangeiras. Valor supera a poupança e só é menor que o aplicado em renda fixa.

Candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador declararam ter R$ 1,3 bilhão em dinheiro em espécie ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições de 2020. O valor é 23% inferior ao R$ 1,7 bilhão registrado nas últimas eleições municipais, em 2016, mesmo o número de candidatos sendo recorde neste ano.

Cerca de 53 mil candidatos declaram guardar valores em dinheiro, em reais e em moedas estrangeiras. Esse número representa 9,8% dos participantes desta eleição.

Desses, 47 registram ter mais de R$ 1 milhão em espécie e 2,6 mil afirmam ter mais de R$ 100 mil.

Mais candidatos declaram ter dinheiro em conta corrente no país. São 58,9 mil. O valor total, no entanto, é menor: R$ 820 milhões.

Guardar grandes somas de dinheiro em espécie como essas não é comum na cultura brasileira, afirma Eduardo Coutinho, doutor em Administração e professor titular de Finanças e coordenador da graduação em Administração do Ibmec.

“Primeiro pelo risco de roubo. Depois, pela perda de valor. Tudo bem que a inflação está baixa, mas o dinheiro parado perde valor, mesmo que seja 2%, 3% ao ano”, afirma.

A queda no volume de dinheiro em espécie foi acompanhada por um aumento em outros investimentos.

Os fundos de renda fixa, que tinham o segundo maior volume em 2016, agora lideram, com R$ 1,5 bilhão. É um aumento de 104% em relação à última eleição municipal. Mais de 18 mil candidatos declaram ter esse tipo de investimento.

O investimento mais popular, no entanto, é a poupança, com 34,9 mil aplicadores entre os candidatos. Eles declaram ter R$ 1,1 bilhão na caderneta, alta de 113%.

Os fundos de longo prazo e de investimentos em direitos creditórios apresentam o segundo maior volume de recursos, R$ 1,2 bilhão, apesar de terem apenas 998 investidores entre os candidatos.

Esse tipo de investimento também apresentou um crescimento expressivo desde as últimas eleições, quando apenas R$ 118 mil foram declarados nesta modalidade.

Ações, VGBL, fundos imobiliários e até bitcoins estão nas declarações dos candidatos.

“É normal que, em um contexto de juros baixos, as pessoas procurem investimentos mais arriscados e de maior retorno, como fundos imobiliários e fundos de direitos creditórios. São investimentos de mais longo prazo e que prometem mais retorno”, afirma Coutinho.

Moeda estrangeira e contas no exterior
Ao todo, 937 candidatos declaram ter moedas estrangeiras, como dólar e euro, em espécie no valor equivalente a R$ 32 milhões.

Desses, 90 dizem ter o correspondente a mais de R$ 100 mil.

Na lista, também há 242 que dizem ter contas no exterior, somando o equivalente a R$ 43 milhões em moeda estrangeira.

G1