PSDB e DEM trocarão apoios em SP e RJ
Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
Depois de São Paulo e Salvador, o Rio de Janeiro deve ser a próxima a capital a ter selada uma aliança entre PSDB e DEM para a eleição municipal. Na segunda-feira, o DEM anunciou apoio à candidatura à reeleição do prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB). Na capital baiana, o acordo foi o oposto. Lá, foi o PSDB que declarou apoio ao candidato a prefeito Bruno Reis (DEM), afilhado político do prefeito ACM Neto, que está no segundo mandato.
No Rio, Paulo Marinho é pré-candidato tucano, mas deve abrir mão para apoiar o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM). Na terça-feira, Paes se reuniu em São Paulo com o governador paulista, João Doria (PSDB), para tratar do apoio.
Em outras capitais, o PSDB e o DEM também andam lado a lado, mesmo sem que nenhuma das duas legendas tenham candidatos. É o caso de Fortaleza, onde os dois partidos devem estar na base de apoio do PDT na disputa à prefeitura — o partido vai lançar o prefeito Roberto Cláudio à reeleição.
O senador tucano Tasso Jereissati esteve à frente das conversas com o PDT, que ao receber apoio também do DEM, terá mais tempo de TV e poderá compor maioria na bancada de vereadores na Câmara local.
As alianças regionais entre PSDB e DEM estão sendo costuradas na eleição municipal sob a ótica local, segundo dirigentes tucanos. Por enquanto, não há nenhum desdobramento para a disputa presidencial daqui dois anos. Os dois partidos convivem com rachas internos entre aliados e adversários de Bolsonaro. Depois da derrota sofrida pelo PSDB em 2018, em que o partido amargou seu pior desempenho eleitoral da história, cresceu no DEM o sentimento de que a sigla precisa ter mais protagonismo na aliança com os tucanos. O prazo para a definição de candidaturas e chapas é 16 de setembro.
Mas é no Rio e em São Paulo onde a troca de apoio entre DEM e PSDB tem movimentado os bastidores recentemente. Na reunião com Doria, Paes conversou também com o ainda pré-candidato do PSDB à prefeitura carioca, Paulo Marinho. O encontro não foi definitivo, mas dirigentes do PSDB disseram ontem que o partido não tem muitas alternativas no cenário eleitoral carioca.
Após a morte do pré-candidato tucano Gustavo Bebianno, no início do ano, o PSDB deixou de ter pretensões de candidatura própria. Paulo Marinho ocupou até o momento a vaga de pré-candidato da legenda, segundo relatos, somente para manter um espaço político e negociar uma aliança eleitoral.
O PSDB deve declarar apoio a Paes sem ficar com a vaga de vice. Paulo Marinho foi o autor da denúncia, investigada pelo Ministério Público, de que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi avisado com antecedência da Operação Furna da Onça. As desavenças do empresário com a família do presidente Jair Bolsonaro fazem com que seu nome não seja o mais interessante para compor a chapa com Paes no reduto eleitoral do presidente, na avaliação do grupo do ex-prefeito.