Supermercado vão a Bolsonaro rejeitar responsabilidade pelo arroz caro
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O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Sanzovo Neto, afirmou nesta quarta-feira (9) que os comerciantes não são os “vilões” no aumento dos preços dos alimentos da cesta básica – incluindo o arroz e o óleo de soja, principais afetados no último mês.
Neto se reuniu nesta quarta com o presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, para tratar do assunto. Desde a última quinta (3), Bolsonaro vem fazendo apelos públicos para que os donos de supermercados reduzam margens de lucro e abaixem os preços “por patriotismo”.
“Nós explicamos ao presidente que já estamos fazendo isso [cortando o lucro]. Nós sempre fizemos, na cesta básica, porque o setor é muito competitivo. A gente não repassa de vez nossos aumentos […] Não vamos ser vilões de uma coisa que não somos responsáveis”, afirmou Neto.
Nesta quarta, o Ministério da Justiça pediu explicações sobre os preços a produtores e à Abras
Após a reunião, Neto disse que não saberia informar um prazo para que a redução dos preços chegue às gôndolas, mesmo que alguma medida imediata seja tomada. Segundo ele, o problema está ligado ao excesso de demanda e à falta de oferta.
Na prática, isso significa que falta produto e, por isso, o preço aumenta.
“Eu não sei responder [se há prazo]. Pode ser que seja mais rápido. Tem um lado psicológico que pode ser que afete aí, o fato de consumir mais macarrão [talvez] já faça uma regulagem do preço. O que precisa, sim, é entrar mais produto. Ter mais oferta do arroz no mercado para resolver esse problema”, declarou.
O preço dos alimentos foi destaque para a alta de 0,24% da inflação oficial do país em agosto, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta.