Trump ataca China e derruba mercados no mundo todo
Foto: Joe Biden Alex Wong/Getty Images
Os mercados mundiais amanheceram agitados nessa terça-feira, 8, após o feriado de ontem de Dia do Trabalho nos EUA, o que manteve as bolsas fechadas por lá. As bolsas por lá iniciaram o dia em baixa, indicando continuidade à tendência da semana passada, que viu as ações de tecnologia despencarem. As declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump sobre o acirramento da guerra comercial entre Estados Unidos e China, deixaram os investidores ainda mais ressabiados. Tanto que, o dia negativo no exterior, reflete no Brasil. Por volta das 11h20, o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa brasileira, operava em queda de 1,23%, aos 99.992 pontos. Já o dólar comercial, acelerava 1,20% aos 5,37 reais. Durante a manhã a moeda americana chegou a encostar nos 5,40 reais.
Na segunda-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que o país não teria prejuízo caso separasse a economia chinesa da economia americana. “Perdemos bilhões de dólares e se não fizéssemos negócios com eles não perderíamos”, disse ele em coletiva de imprensa. A menos de dois meses das eleições presidenciais, as investidas do presidente americano vêm diminuindo a distância do favorito nas pesquisas eleitorais, o democrata, Joe Biden. “A proximidade com as eleições parece levar Trump a querer apertar o cerco dos chineses frente ao seu eleitorado. Essa intenção fica clara quando o presidente disse que se o seu rival saísse vitorioso este ano, ‘a China irá ser dona deste país (EUA)’ “, analisa Victor Beyruti, da Guide Investimentos.
Além da subida de tom de Trump, a preocupação dos investidores com a bolha de tecnologia continua. Após bater recorde atrás de recorde nos últimos meses, as ações de BigTechs como Tesla, Apple e Microsoft continuam em ciclo de queda, com analistas questionando um possível estouro da bolha após uma valorização excessiva no preço dos ativos. A Nasdaq, bolsa de tecnologia dos EUA, caia 1,87% nesta manhã. Só a Tesla se desvalorizava 17,61%.
Na Europa, as bolsas também caem com o aumento no número de casos de contaminados pelo novo coronavírus em diversos países, com a Euro Stoxx 50 em -1,96% por volta das 10h40 no horário de Brasília. O HDAX Index, índice dos mercados na Alemanha, que enfrenta novas ondas de contaminação, caía 1,87% no horário, enquanto o FTSE AIM All Share Index, que reúne ativos no Reino Unido, caía 1,22%. Por lá pesam as novas ondas de contaminação, mas também a aproximação de um Brexit sem acordo. O DXY, índice que mede a força do dólar em relação a uma cesta de moedas, a principal delas o euro, se valorizava 0,68%, mostrando que a moeda americana ganha força diante dos novos casos na Europa e a perspectiva do rompimento entre os EUA e a China.
Por aqui, além do dia ruim no mercado internacional, está no radar dos investidores as tensões entre o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia e o Ministro da Economia, Paulo Guedes, a respeito de um fundo bilionário de desenvolvimento regional que aumentaria os gastos públicos do país. Enquanto isso não ocorre, as bolsas brasileiras seguem influenciadas pelo mercado americano, com Títulos Públicos do Tesouro Direto com alta devido ao aumento da aversão ao risco no exterior.