
Aliado de Trump prevê derrota para Biden
Foto: Patrick Semansky /AFP
Em conversa vazada, senador republicano critica Trump, ‘narcisista’ e ‘puxa saco de ditadores’
O vazamento do conteúdo de uma ligação telefônica do senador pelo Nebraska Ben Sasse revelou críticas duras do parlamentar republicano ao presidente dos EUA, Donald Trump.
No telefonema, Sasse afirma que o líder americano é um “puxa-saco de ditadores” e usa a Casa Branca como um negócio, além de flertar com supremacistas brancos.
Para Sasse, segundo a ligação, é provável que o atual presidente perca o pleito para o democrata Joe Biden. De acordo com o site FiveThirtyEight, que compila as principais pesquisas nacionais de intenção de voto do país, o ex-vice-presidente tem 52,4%, contra 41,8% de Trump.
“Que diabos estávamos pensando quando achamos que vender um obcecado por televisão e narcisista ao povo americano era uma boa ideia?”, questionou o senador sobre Trump.
Ele afirma ainda que uma derrota nas urnas no dia 3 de novembro pode fazer com que o Partido Republicano perca o controle do Senado —Sasse também concorre à reeleição.
Para ele, deixar de ter maioria na Casa é uma ameaça à liberdade religiosa e à Suprema Corte, já que os membros do tribunal são indicados pelo presidente e aprovados pelos senadores. A mudança, diz, faria o país “virar uma Venezuela” em dez anos.
Ele critica a política externa de Trump, dizendo que o atual presidente ignora o que acontece em Hong Kong, por exemplo.
“Não é só que ele falhou em liderar nossos aliados, é que agora os Estados Unidos regularmente vendem seus aliados”, afirmou.
Ainda segundo a ligação, Sasse afirma que Trump zomba dos evangélicos, um grupo importante de eleitores para o partido.
Enquanto muitos parlamentares republicanos costumam evitar criticar o presidente, Sasse já o fez anteriormente —em relação à repressão aos atos antirracistas após a morte de George Floyd e às medidas de contenção do coronavírus.
Mesmo assim, o senador segue defendendo uma agenda conservadora e tradicional, alinhada ao seu partido.
Redação com Folha