Bolsonaro teme investigação sobre relação com cuecão

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Foto: Reprodução

A estratégia desencadeada pelo presidente Jair Bolsonaro foi a de desvincular de seu governo o episódio envolvendo o senador Chico Rodrigues (DEM-RR), flagrado pela Polícia Federal escondendo dinheiro na cueca. Mas o Palácio do Planalto entrou em estado de alerta pelo risco de surgirem informações de que o então vice-líder do governo possa ter usado seu prestígio para direcionar de forma irregular recursos públicos federais.

Segundo assessores presidenciais, o caso envolvendo a operação deflagrada pela Polícia Federal, de combate a desvios de recursos para o enfrentamento da Covid-19, não atinge o governo federal. O receio, porém, é pela atuação do senador no seu estado a partir de indicações para órgãos federais, usando de forma irregular verbas da União.

Esse é um cenário classificado de negativo para o governo Bolsonaro, porque será usado para reforçar as críticas de que o presidente teria abandonado o discurso de combate à corrupção adotado durante a campanha eleitoral de 2018.

Interlocutores do presidente avaliam que esse é o risco da aliança com parlamentares que fazem indicações principalmente para postos federais em seus estados. “Agora, vão vasculhar a vida do Chico Rodrigues em Roraima e não há como ter controle sobre tudo. O que deve ser feito é, encontrada irregularidade, combatê-la imediatamente”, diz um interlocutor de Bolsonaro.

No caso da operação desta semana, a equipe de Bolsonaro admite que, mesmo o governo agindo rápido para garantir o afastamento de Chico Rodrigues do posto de vice-líder, o episódio gera desgaste para imagem presidencial. “Alguém que até pouco tempo gozava de prestígio no Planalto ser flagrado com dinheiro na cueca gera, com certeza, desgaste para o governo”, diz um assessor presidencial.

Ele acredita, porém, que o presidente da República está fazendo o discurso certo, lembrando principalmente que a operação desta semana começou a partir de investigações da Controladoria- Geral da União (CGU). E que ele não irá poupar ninguém.

G1