CNJ pode ter titular contrário à exploração da fé
Foto: Divulgação TRE-RJ
Indicado ao pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, para o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Sidney Madruga já chegou a entrar com uma ação para proibir a venda do livro “Orixás, Caboclos e Guias Deuses ou Demônios?”, escrito pelo bispo Edir Macedo, um dos fundadores da Igreja Universal do Reino de Deus. Edir Macedo desponta hoje como um dos principais apoiadores de Bolsonaro entre os evangélicos. O CNJ é o órgão responsável por fiscalizar o judiciário e punir magistrados.
Na ação civil pública, movida em 2005 por Madruga e um colega, eles descrevem a obra como “degradante, injuriosa, preconceituosa e discriminatória” em relação às religiões afro. Na época, Madruga também disse que o livro estimula o preconceito contra outros pensamentos religiosos. A venda chegou a ser suspensa, mas acabou liberada pelo Tribunal Regional Federal da 1a Região (TRF-1).
O procurador também tem ações para combater o abuso do poder religioso. Em 2018, como procurador regional eleitoral do Rio de Janeiro, Madruga instaurou uma força-tarefa que percorria templos e igrejas para fiscalizar e multar o abuso do poder religioso nas eleições. Na ocasião, ele destacou a importância de separar Estado e Religião: “Temos que garantir o protagonismo do eleitor. Todos os órgãos têm que estar envolvidos na garantia da laicidade, porque isto está na Constituição. Não podemos misturar religião com política, cada um tem o seu papel”.