Covas dirá nesta sexta que Sampa está na “fase verde”
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Membros do centro de contingência criado pelo governo de São Paulo para combater o coronavírus avisaram o alto escalão da prefeitura da capital paulista que a cidade já cumpriu os índices e, por isso, pode entrar na fase verde do plano de flexibilização da economia já nesta sexta-feira (9).
O avanço é esperado pelo prefeito Bruno Covas (PSDB), porque sinaliza que a cidade teve evolução no combate à pandemia. Interlocutores do prefeito dizem que a notícia vir em meio à campanha eleitoral tem um fator positivo para a imagem dele como gestor no combate ao coronavírus.
No entanto, um último ponto ainda estava deixando a capital paulista no limite do possível e poderia comprometer a mudança de fase: as internações de pacientes com Covid-19.
Foi justamente por isso que prefeitura e governo fizeram levantamentos paralelos para identificar quantos pacientes com a doença internados em hospitais da capital paulista moravam de fato na cidade.
O resultado dos dois levantamentos foi muito semelhante. Na pesquisa da prefeitura, 17% dos pacientes vinham de outras cidades tratar-se na capital por ela ter referência em saúde. Já o estudo do governo identificou 16,5% de pacientes “importados” de outras cidades.
Os dados foram confrontados em uma reunião na última terça-feira (6). Uma nova reunião foi marcada para esta sexta-feira (9).
O que muda na fase verde?
Se a cidade de São Paulo de fato avançar para a fase verde, a capacidade de ocupação em locais como comércio, bares e restaurantes, estabelecimentos de serviço, academias, shoppings, salões de beleza e galerias passa a ser de 60%. As restrições de horários para quase todos os serviços também não serão mais obrigatórias.
O avanço também libera a abertura de serviços que já têm protocolos assinados, como teatros, museus, bibliotecas, cinemas e eventos com até 2 mil pessoas.
Outro ponto importante da mudança da fase amarela para verde é a abertura para a assinatura de novos protocolos. Os primeiros setores que devem ser atendidos pela mudança são os de esportes amadores e parques fechados.
No caso das atividades esportivas, a liberação valeria para esportes de contato, como futebol de várzea, handball, basquete e vôlei, incluindo a prática amadora dessas atividades nos centros da prefeitura e quadras de bairro.
Já os parques fechados são especialmente aqueles que funcionam dentro de shoppings como boliches, parques de videogames e fliperamas e pistas de patinação no gelo, por exemplo.
Como de costume, às vésperas de reclassificações, os membros do governo e da área técnica seguem reunidos ao longo da noite para fechar o balanço dos dados. Uma das metas é tentar garantir que eventuais reclassificações não interfiram na corrida eleitoral, porque têm impacto significativo na aprovação dos prefeitos.
No caso específico da capital, o governo já decidiu que se ela passar para a fase verde não avançará sozinha, o que poderia ser interpretado como um favorecimento a Bruno Covas, correligionário do governador João Doria e candidato à reeleição.