Estudo mostra danos da covid ao coração
Foto: Stephane Mahe/Reuters (12.out.2020)
Exames de ecocardiograma de pacientes com casos agudos de Covid-19 mostram que muitos têm tipos graves de danos estruturais em seus corações, relataram os pesquisadores nesta segunda-feira (26). E esse dano, acrescentam eles, parece aumentar o risco de morte.
O estudo foi publicado no Journal of the American College of Cardiology. Segundo os pesquisadores, um número surpreendente de pacientes hospitalizados com Covid-19 tiveram problemas cardíacos e disseram que os exames de ecocardiograma podem ajudar os médicos a iniciar o tratamento precoce para ajudá-los a se recuperar melhor.
“A detecção precoce de anormalidades estruturais pode ditar tratamentos mais apropriados, incluindo anticoagulação e outras abordagens para pacientes hospitalizados e pós-hospitalizados”, disse o Dr. Valentin Fuster, diretor do Mount Sinai Heart, que trabalhou na equipe do estudo, em um comunicado.
O sistema Sinai em Nova York, além de um hospital na Itália, analisou os exames de ultrassonogragfia – chamados de ecocardiogramas – de 305 pacientes com Covid-19 internados para tratamento.
Quase dois terços deles – 190 pacientes – tiveram danos estruturais no coração, relatou a equipe. Os registros mostraram que 118 já tinham problemas cardíacos quando foram admitidos e outros 72 desenvolveram ferimentos enquanto estavam sendo tratados no hospital.
Durante o tratamento, médicos fazem rotineiramente um exame de sangue para verificar os níveis de uma proteína chamada troponina em pacientes com coronavírus. Níveis mais altos indicam danos ao músculo cardíaco.
Além disso, os pesquisadores descobriram que os ecocardiogramas deram uma indicação muito melhor de quais pacientes estavam em maior risco de morte.
Pacientes hospitalizados que não tinham níveis elevados de troponina tiveram uma taxa de morte de 5% no estudo. Aqueles com troponina elevada, cujos corações pareciam normais no ecocardiograma, tiveram uma taxa de mortalidade de 18,6%.
Já aqueles que tinham níveis elevados de troponina e cujos corações mostraram anormalidades físicas em exames de ultrassom tiveram uma taxa de quase 32% de morte, disseram os pesquisadores.