Maia relata agruras da covid19
Foto: Jorge William
Em seu retorno à Câmara dos Deputados após quase um mês afastado das atividades, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que passou por um período de sofrimento durante o período em que estava se recuperando da Covid-19. Maia compareceu ao lançamento da Frente Parlamentar Mista pela Reforma Administrativa e afirmou que chegou a ter 20% de seu pulmão comprometido pela doença.
— Não é brincadeira, não é uma doença fácil. Eu cheguei a estar com apenas 88% de saturação [de oxigênio], mais de 20% do meu pulmão foi contaminado. Não fui internado por muito pouco — disse Maia, que chegou a se emocionar ao afirmar que estava feliz de retornar à Câmara e sobre o momento mais complicado de sua recuperação.
Em pessoas com até 60 anos, a taxa de oxigenação aceitada como valor normal é de 95 a 96%. Quando a saturação chega a 90 ou 92% de saturação, o estado do paciente já é considerado preocupante, classificado como hipóxia, ou seja, quando não há oxigenação adequada. Já níveis abaixo de 90% são considerados graves, com risco de entubação. O nível de saturação de oxigênio considerado necessário para manter células e corpo saudáveis é de, pelo menos, 89%.
O diagnóstico de Maia foi confirmado no dia 16 de setembro, após a posse do ministro Luiz Fux como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Maia esteve na posse de Fux e foi uma das 9 autoridades contaminadas pelo vírus após a cerimônia, realizada no plenário do Supremo no dia 10 de setembro.
A última vez que Maia tinha estado na Câmara foi em 9 de setembro, quando a Casa realizou uma homenagem ao ministro Dias Toffoli, que se despedia do comando do STF, e fez votações em plenário. A primeira vez que Maia saiu de casa para um compromisso foi na última segunda-feira (5), quando jantou com o ministro da Economia, Paulo Guedes, na casa do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas.
O presidente da Câmara participou da coletiva de imprensa convocada pela frente parlamentar que pretende discutir a reforma administrativa, que foi enviada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no início do mês passado. A senadora Kátia Abreu (PP-TO) pediu para que Maia tirasse a máscara para falar aos jornalistas, mas o deputado preferiu manter o equipamento de proteção, apesar da estrutura montada na Câmara para que haja distanciamento correto.
— Acho que a gente fez essa estrutura exatamente para que a gente pudesse falar sem máscara, mas todos nós sabemos que a utilização da máscara é fundamental para que o vírus não continue se propagando e se multiplicando de forma tão forte, tirando tantas vidas, deixando que tantas pessoas passem o que eu passei e que muitos passaram.
— De hoje até a vacina, em todos os lugares públicos em que eu estiver, eu vou estar usando a máscara tentando mostrar a todos que essa não é uma doença que seja conhecida — completou o presidente da Câmara.