Bolsonaro endossa “apartidarismo” do militares
Foto: Isac Nóbrega/PR
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que concorda com a declaração do comandante do Exército, o general Edson Leal Pujol, de que os “militares não querem fazer parte da política. Bolsonaro lembrou que Pujol foi escolhido por ele para o cargo e disse que as Forças Armadas devem se manter apartidárias e, como determina a Constituição, “sob a autoridade suprema do Presidente da República”.
– A afirmação do General Edson Leal Pujol (escolhido por mim para Comandante do Exército), que “militares não querem fazer parte da política”, vem exatamente ao encontro do que penso sobre o papel das Forças Armadas no cenário nacional.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) November 13, 2020
“São elas o maior sustentáculo e garantidores da Democracia e da Liberdade e destinam-se, como reza a Constituição, ‘à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de quaisquer destes, da lei e da ordem’. Devem, por isso, se manter apartidárias, ‘baseadas na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República'”, complementou Bolsonaro.
A afirmação de comandante do Exército, citada pelo presidente, ocorreu na quinta-feira, durante transmissão ao vivo pela internet. Ele declarou que os militares não querem “fazer parte da política governamental ou política do Congresso Nacional e muito menos queremos que a política entre dentro dos nossos quartéis”. E disse que o fato de militares ocuparem cargos no governo federal trata-se de uma decisão exclusiva do Executivo.
Nesta sexta-feira, o general voltou ao tema e declarou que o Exército não é uma instituição de governo e não muda sua maneira de pensar de cumprir suas missões a cada quatro anos.
— Não somos instituição de governo, não temos partido. Nosso partido é o Brasil. Independente de mudanças ou permanências de determinado governo por um período longo, as Forças Armadas cuidam do país, da Nação. Elas são instituições de Estado, permanente. Não mudamos a cada quatro anos a nossa maneira de pensar e como cumprir nossas missões — disse Pujol.
No início da tarde, ao deixar o Palácio do Planalto, o vice-presidente Hamilton Mourão, também egresso das Forças Armadas, reforçou a fala do comandante do Exército. Ele afirmou que concorda com o general e disse que a politização dos militares atrapalha a hierarquia e a disciplina dentro das Forças Armadas. Mourão é general da reserva do Exército.
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