PC do B aposta em Manuela contra barreira
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Quase centenário, o PCdoB – partido mais antigo em atividade no Brasil – encolheu na eleição municipal em relação ao pleito anterior: elegeu pouco mais da metade de prefeitos, e cerca de 30% menos vereadores. O partido aposta na vitória de Manuela d’Ávila no segundo turno em Porto Alegre (RS) para manter uma projeção nacional e tentar alcançar a cláusula de barreira em 2022 – meta que não atingiu em 2018.
O partido que completará cem anos em 2022, pressionado por uma cláusula de desempenho mais rigorosa, elegeu 46 prefeitos e 695 vereadores no último dia 15, segundo dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Os números revelam um processo de reversão do crescimento da sigla, observado entre 2012 e 2016, no período em que o PT, então seu principal aliado, comandava o Palácio do Planalto. Neste ano, o partido que atua para se livrar do estigma de “satélite do PT” rejeitou aliança com os petistas em capitais relevantes, como Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Salvador (BA) e Recife (PE). Em 2012, o PCdoB elegeu 51 prefeitos.
Em 2016, esse número subiu para 82. E agora a sigla perdeu a administração de 36 municípios. Há oito anos, o partido elegeu 976 vereadores. No pleito seguinte, foram eleitos 1.010. Agora o partido terá 315 representantes a menos nas câmaras municipais.
Diante desses dados, a presidente nacional do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, argumenta que num cenário tão desfavorável o partido teve um bom desempenho, já que um de seus filiados disputa o segundo turno em uma das capitais mais relevantes.
“Já tínhamos em conta que a correlação de forças seria adversa porque tivemos em 2018 uma vitória da extrema direita no Brasil”, diz Luciana. A sigla abriu mão da candidatura própria de Manuela à Presidência para compor a chapa de Fernando Haddad (PT) na vaga de vice. “Seria estranho se a gente tivesse ascendido, já que estamos em um processo de crescimento do pensamento conservador”, completou.
Ela acrescenta mais duas variáveis que pesaram na eleição: o fim das coligações proporcionais, um desafio para as siglas menores e de porte médio; e o recrudescimento do “anticomunismo”. “Se existe o antipetismo, o anticomunismo é ainda maior”, argumentou.
O partido discute uma eventual mudança de nome. “O nome é uma preocupação. É um esforço muito grande para a gente desconstruir os preconceitos”, diz Luciana.
Apesar da conjuntura desanimadora, Luciana rechaça uma nova fusão do PCdoB. Sublinha que o partido tem projeção nacional com a possibilidade de vitória de Manuela no segundo turno na capital gaúcha. E com o governador do Maranhão, Flávio Dino, que desponta no tabuleiro de presidenciáveis para 2022.
Em 2018, o PCdoB não alcançou a cláusula de barreira. Para ter acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda no rádio e na televisão, incorporou o Partido Pátria Livre (PPL). Em 2020, o partido terá de alcançar ao menos 2% dos votos válidos para a Câmara em nove Estados, ou eleger 11 deputados em nove Estados. Há dois anos, o percentual mínimo era de 1,5% ou nove deputados.
O deputado e ex-ministro Orlando Silva relativiza os números. “Não dá pra olhar só a foto, tem que olhar o filme todo”, pondera Orlando, que ficou com 0,23% dos votos na disputa para a Prefeitura de São Paulo. Ele argumenta que, embora fundado em 1922 e tendo enfrentando a clandestinidade, o PCdoB só começou a disputar prefeituras em 2000, quando Luciana Santos elegeu-se prefeita de Olinda (PE). “Apesar de centenário, o PCdoB é debutante nas eleições majoritárias”.
Orlando defende que o partido avance nesse caminho para crescer e ampliar a bancada federal daqui a dois anos. “É uma tática afirmativa. Imaginar que vamos estrear “bombando” [nas urnas] é um pensamento pequeno.”
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