Bolsonaro explica por que Nunes Marques votou por vacina obrigatória

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Foto: FÁBIO VIEIRA/ESPECIAL METRÓPOLES

Em discurso em Porto Seguro, no sul da Bahia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) falou sobre o posicionamento do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), indicado por ele para a Corte, a respeito da vacinação. Em voto proferido nesta quinta-feira (17/11), Marques opinou favoravelmente à vacinação compulsória contra a Covid-19, desde que não haja nenhuma forma de constrangimento físico às pessoas e seja feita via medidas indiretas, restritivas.

“Não se pode querer destruir reputações por um ato de terceiros. Eu indiquei o Kássio, mas não sou dono dele”, disse o presidente.

O voto de Nunes Marques ocorreu no julgamento de duas ações que questionam se autoridades poderão tornar obrigatória a imunização contra a Covid-19.

“De passagem, perguntei para a Polícia Federal: o que é que está sendo votado pelo Supremo, que na minha rede social eu tô sendo massacrado?”, relatou o presidente.

Em seu voto, o ministro disse que “a obrigatoriedade da vacina, se decidida pelas autoridades competentes nos termos da lei, pode ser sancionada apenas por medidas indiretas de coerção proporcionais e razoáveis. Tais como multas, intervenção de direitos, cujo exercício possa ter alguma ligação com a falta da vacina, sem que haja qualquer tipo de constrangimento físico do cidadão para tomar a vacina.”

Irritado, o presidente ainda rebateu críticas ao que defende como tratamento precoce da Covid-19, com a utilização da hidroxicloroquina. Ao falar da indicação da medicação por uma médica da cidade, ele disse que quem não tem alternativa a apresentar deve “calar a boca”.

“Tem gente querendo constrangê-la. Ora, bolas! Apresente uma alternativa para a hidroxicloroquina, caso contrário, cala a boca. Na cidade dela, pouca gente morreu”, disse o presidente, ao participar da solenidade de assinatura de medidas para renegociação de dívidas de empresas.

O presidente também demonstrou irritação com as críticas de que ele desenvolve, com sua postura de dizer que não tomará a vacina, uma campanha que desincentiva a vacinação. Ele usou seu discurso para mandar um recado, xingando os críticos de “imbecis”: “Imbecil, já tive o vírus, portanto, já estou imune”.

Metrópoles  

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