Eleições no Congresso permitem aparelhamento da Anvisa

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Foto: Reprodução

Nem o torvelinho provocado pelas discussões sobre o registro de vacinas foi capaz até agora de sugar a atenção dos senadores para uma análise acurada da indicação de mais um militar para a diretoria colegiada da Anvisa. Mesmo quem é contrário à nomeação do tenente-coronel Jorge Luiz Kormann avalia que a mobilização ficou prejudicada por dois motivos: 1) o trabalho remoto; 2) as eleições na Casa. Se os senadores confirmarem a nomeação, a entrada de Kormann deixará a diretoria colegiada (Dicol) da Anvisa com o carimbo “100% Bolsonaro”.

A análise da indicação está marcada para esta semana (última do ano parlamentar), em esforço concentrado do Senado.

“Esse formato remoto deixa muito disperso o plenário, mas é claro que é preciso evitar indicações que não são técnicas para os quadros”, disse Alessandro Vieira (Cidadania-SE). “É tanto problema junto nesse governo que conseguir mobilizar no remoto fica ainda mais difícil…”

Do líder do PT, Rogério Carvalho (SE): “Vamos avaliar, fazer a sabatina, não vamos prejulgar”.

Na Rede, a resistência deve ser um pouco maior. “Se os militares plantados por Bolsonaro na Anvisa agirem mesmo como marionetes, o STF interromperá o golpe e a agência será lançada na vala do descrédito”, afirmou o senador Fabiano Contarato (ES).

Nas redes sociais, o tenente-coronel já curtiu publicações críticas à Organização Mundial de Saúde (OMS) e à Coronavac. A Dicol é responsável por analisar os pedidos de registro emergencial de vacina contra o novo coronavírus.

Diante da hesitação (por estratégia ou mesmo desarticulação) de Rodrigo Maia (RJ) em definir seu candidato a presidir a Câmara, Arthur Lira (PP-AL) avança até mesmo sobre deputados do DEM do atual presidente.

Lira vem amealhando apoios e fazendo tantas promessas que um experiente deputado até brincou: o candidato do PP está na pegada do antigo sucesso de Roberto Carlos que fala em ter um milhão de amigos.

Estadão 

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