Lava Jato começa a ser desmontada
Foto: Reprodução
Em um ano tomado por embates entre o procurador-geral da República, Augusto Aras, e forças-tarefas da Lava-Jato, em especial a de Curitiba, o grupo paranaense da operação registrou mais duas baixas. Os procuradores Paulo Roberto Galvão e Julio Noronha deixarão de fazer parte da equipe. Segundo o coordenador da Lava-Jato do Paraná, Alessandro Oliveira, o motivo é “o cansaço decorrente da extenuante atividade” na Lava-Jato. A saída de ambos foi a pedido.
Paulo Galvão atuou por seis anos na Lava-Jato. Júlio Noronha, por cinco anos. Ambos deixarão efetivamente a força-tarefa em janeiro de 2021. As novas baixas acontecem cerca de três meses depois que Deltan Dallagnol deixou o grupo, em meio a fortes críticas de Aras à atuação dos investigadores paranaenses. Hoje, o procurador-geral voltou à carga contra as forças-tarefas ao dizer que, em caso de eventuais erros, é ele, o próprio Aras, que vai ser responsabilizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Questionado se novos investigadores ocuparão os dois lugares vagos, Alessandro Oliveira disse que “o debate está aberto”.
– Essa semana é de definição, não teremos exatamente saídas e substituições, mas precisaremos verificar a estrutura e pessoal que será cedido pela PGR. Estamos em contato constante para definirmos isso o quanto antes – disse o coordenador da Lava-Jato paranaense.
Na semana passada, Aras publicou uma portaria em que renovou até 1º de outubro do ano de 2021 a atuação da força-tarefa Lava-Jato em Curitiba, mas retirou do grupo um de seus principais diferenciais, a dedicação exclusiva aos casos de combate à corrupção. De acordo com a portaria, dez dos 13 integrantes da equipe passam a trabalhar lotados em seus ofícios de origem e três procuradores seguirão no trabalho presencial e exclusivo em Curitiba. A portaria também determinou que o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), criado há quatro meses no MPF do Paraná, passe a auxiliar os trabalhos da Lava-Jato.
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