Maia minimiza importância de decisão do STF sobre reeleição
Foto: Luis Macedo/Agência Câmara
O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF ) de impedir uma eventual tentativa de se reeleger na presidência da Câmara “não muda em nada” seus planos. Segundo ele, que disse nunca ter se colocado como candidato, sua intenção sempre foi indicar um sucessor. “Antes do julgamento, falei várias vezes que não era candidato, poucos acreditaram”, disse em entrevista à GloboNews.
A possibilidade de o STF permitir a reeleição para o comando do Congresso, mudando por meio de interpretação um mandamento expresso na Constituição, abriria o caminho para que Maia assumisse sua possível candidatura e consolidasse o apoio de partidos de esquerda em torno do seu nome, o que poderia ser decisivo. O adversário mais forte agora é Arthur Lira (PP-AL), um dos líderes do Centrão e aliado do Planalto. Numa votação apertada, por 6 votos a 5, no entanto, a maioria decidiu no sentido contrário. Os votos decisivos, divulgados na noite de domingo, foram dos ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Luiz Fux, presidente da Corte.
Para Maia, no entanto, seu caso divergia de Alcolumbre. Isso porque o presidente da Câmara está em seu terceiro mandato no cargo e uma continuidade passaria um sinal errado à sociedade. “O meu caso divergia do caso do presidente Davi (Alcolumbre). Na democracia, a alternância de poder é muito importante”, afirmou.
Ele indicou que tem quatro ou cinco “ótimos” nomes que considera para a sua sucessão. Maia citou Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Baleia Rossi (MDB-SP), Elmar Nascimento (DEM-BA), Luciano Bivar (PSL-PE) e Marcos Pereira (Republicanos-SP), mas não descartou a inclusão do nome de um representante da esquerda em sua lista.
O presidente da Câmara negou ainda que atue contra o governo e o deputado Arthur Lira (PP-AL), candidato do Planalto para a presidência da Casa. “Nossa candidatura não é contra ninguém, ela não é contra o governo, não é contra o Arthur Lira, nossa candidato é a favor da democracia e da Câmara dos Deputados”, disse.
E acrescentou: “A candidatura do governo é contra o Rodrigo Maia, infelizmente apesar de tudo que aprovei e articulei para ser aprovado na Câmara dos Deputados. Mas, a nossa candidatura é a favor da Câmara livre e independente.”
Na entrevista, o deputado afirmou que, com a decisão da Corte, “acabaram as desculpas” do governo e cobrou o avanço da pauta econômica no Congresso.
“(Decisão do STF) não muda nada no nosso processo político interno, acho até que tem uma coisa positiva. Enfim, o governo vai poder voltar para a votação daquilo que é prioritário na Câmara e no Senado”, disse. Para ele, o governo “antecipou” a sucessão na Câmara e esqueceu da votação de matérias importantes, como a PEC Emergencial – que prevê medidas econômicas para enfrentar a crise.
“Essa é uma PEC que pode mudar os parâmetros da economia brasileira. O que precisamos é voltar para o eixo daquilo que é fundamental, que são as matérias importantes para o Brasil”, disse.
Maia afirmou que sua intenção sempre foi de lançar um sucessor na Câmara que trabalhasse em prol de um “movimento livre e sem interferência de outros Poderes” na Câmara. “Antes do julgamento, falei várias vezes que não era candidato, poucos acreditaram”, disse.
Segundo Maia, não haverá “revanchismo” após as eleições na Câmara em fevereiro de 2021. Ele mencionou ainda que nenhum dos seus candidatos pode pautar a possibilidade de votação pelo voto impresso. “Não tenho dúvida que o dia seguinte da nossa vitória não será a derrota do governo, será a vitória da democracia”, declarou.
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