Artistas repudiam eleição de fantoche de Bolsonaro na Câmara

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Foto: Agência O Globo

A dois dias da eleição para a presidência da Câmara, artistas e influenciadores digitais reforçam a utilização do próprio alcance na internet para tentar fazer com que deputados assumam o compromisso de votar contra a candidatura de Arthur Lira (PP-AL), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro.

Articulada pelo coletivo 342 Artes, a campanha mobiliza figuras como o cantor Caetano Veloso; as atrizes Patrícia Pillar, Letícia Sabatella, Ingrid Guimarães, Alinne Moraes, Alice Wegmann, Fernanda Paes Leme, Leandra Leal; os atores Marcelo Adnet, Fábio Porchat, João Vicente de Castro, Paulo Vieira, Marcos Veras, Rafael Cortez, entre outros. O grupo de artistas, liderado pela produtora Paula Lavigne, já vinha fazendo publicações contra Lira desde o início do mês e, desde a última quarta-feira, passou a endereçar mensagens a parlamentares específicos.

— A ideia não é constrangê-los, mas mostrar que há uma parte da sociedade civil atenta e incomodada com o rumo da eleição. A campanha vai se intensificar, mas sabemos que as negociações, por parte do governo, são reais — afirma Paula.

Divulgado publicamente no Twitter e no Instagram, o texto utilizado pelo coletivo repete o seguinte questionamento: “Oi deputado, tudo bem? A votação da Câmara está chegando e acredito que estamos do mesmo lado, e esse lado não apoia Arthur Lira. Posso contar com sua manifestação pública de que não votará nele?”. Em outras versões, os artistas destacam que estão do “lado oposto ao Bolsonaro” e fazem colocações sobre si mesmos. A atriz Samara Felippo, por exemplo, criou uma apresentação antes de questionar o deputado Aliel Machado (PSB-PR): “Oi, deputado. Prazer, sou a Samara Felippo, atriz, mãe, mulher. Espero que se encontre em paz”, iniciou ela, antes de pedir o posicionamento contrário a Lira.

Publicações do mesmo tipo estão sendo direcionadas a filiados de um amplo espectro de partidos políticos, incluindo os que compõem o bloco de apoio a Baleia Rossi (MDB-SP), principal adversário de Lira na disputa. Há um temor de que traições à orientação partidária por parte de membros bancadas possam garantir a vitória de Lira, uma vez que a votação é secreta.

A atriz Ingrid Guimarães, por exemplo, pediu que Paulo Pimenta (PT-RS) dissesse no Twitter que não votaria em Lira. O partido dele, no entanto, já faz parte do grupo de suporte à candidatura de Baleia. Dulce Miranda (MDB-TO), que é vice-lider do partido de Baleia na Câmara, foi questionada pelo ator Paulo Vieira. Ela já faz campanha para o correligionário nas redes sociais. Houve também menções a políticos dos partidos que compõem a base de Lira, como PSC, PL e Podemos.

Parte dos artistas foi respondida pela classe política. Helder Salomão (PT-ES) informou a atriz Fernanda Paes Leme que seu voto “será no Baleia Rossi, como estratégia para derrotar o bolsonarismo”. Tabata Amaral (PDT-SP) gravou um vídeo em que afirma que as eleições do Congresso mostrarão se o Legislativo “ainda será um contrapeso ao Legislativo”: “Eu votarei no candidato Baleia Rossi, que é o único deputado que apresentou uma candidatura independente e que tem chances reais de ganhar essa eleição”, disse a parlamentar.

Apesar das respostas, Paula Lavigne considera que houve pouco retorno dos parlamentares aos questionamentos do grupo, cujos membros, diz ela, arriscam-se a perder seguidores e a enfrentar críticas dos fãs por se envolverem na pauta política. Ela crê que o modelo da escolha no Congresso, com votação secreta, contribui para a falta de participação dos deputados no diálogo online.

— Como a eleição é secreta, acaba que a discussão é muito voltada para dentro da Câmara e muitos deputados não nos respondem. Ao mesmo tempo, parte da população também não se relaciona com a eleição, também por causa do voto secreto — pontua a líder do coletivo, formado em 2016 para pedir a abertura de um processo de impeachment contra o então presidente Michel Temer (MDB).

Baleia Rossi agradeceu o apoio recebido na tarde de sexta-feira.

“Tenho acompanho as manifestações de artistas e tantos outros que pedem #LiraNao”, escreveu o deputado, mencionando o nome de alguns e completou: “Também me honra que Caetano Veloso declare apoio. Sei que não é algo pessoal, mas todos queremos uma Câmara independente. É sobre isso a nossa união de partidos. Temos diferenças, sim. Mas não queremos uma Câmara que funcione como puxadinho do governo”.

O Globo 

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