Biden quer vacinar 100 milhões em 3 meses
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O democrata Joe Biden tomará posse como presidente dos Estados Unidos nesta quarta-feira, 20, em meio à maior crise de saúde que o mundo, e principalmente o país, já enfrentou nos últimos anos – somente em solo americano são 24 milhões de infectados e 400.000 mortos pela Covid-19, segundo a Universidade Johns Hopkins. Biden irá apresentar logo no seu primeiro dia de governo uma nova estratégia para o combate da pandemia, com foco em acelerar a vacinação da população, além das medidas de assistência sociais às famílias menos favorecidas.
O plano de Biden é dividido em dois pontos principais. O primeiro se refere ao combate imediato à doença, com proposta de aumentar os testes, incentivar o cuidado preventivo – uso de máscaras e isolamento social –, e a logística necessária para a operação. A segunda visa a proteção econômica da população mais carente afetada, além dos pequenos negócios e empresas que foram atingidos duramente pela doença.
No plano, Biden promete vacinar até 100 milhões de pessoas nos primeiros cem dias de governo. Para isto, ele quer criar centros locais de vacinação, melhorar a cooperação entre o governo federal e os estaduais e mobilizar 100.000 trabalhadores da área da saúde, a Guarda Nacional e a Agência Federal de Gestão de Emergências para ajudar na instalação de centros de vacinação adicionais.
Para se tornar realidade, a iniciativa precisa de uma verba de 230 bilhões de dólares – 160 bilhões para o programa de vacinação do país, 20 bilhões para distribuição de doses, e mais 50 bilhões para testes. O montante está incluso no “Plano de Resgate Americano” que Biden irá apresentar ao Congresso. O pacote econômico, ao todo, é avaliado em 1.9 trilhão de dólares.
Além do dinheiro para a vacinação, será pago 1.400 dólares a pessoas físicas, um suplemento de seguro-desemprego de 400 dólares por semana até setembro, uma extensão das licenças remuneradas e aumentos no crédito tributário por filhos.
O pacote também incluiu 325 bilhões de dólares em ajuda a pequenas e médias empresas, 45 bilhões para sistemas de transporte público, 13 bilhões em assistência alimentar e 82 bilhões para permitir que as escolas se adaptem de melhor forma para o ensino em meio à pandemia.
A meta é “absolutamente” alcançável, afirmou Anthony Fauci, epidemiologista-chefe da força tarefa do governo americano no combate à Covid-19, em entrevista no domingo 17 à emissora NBC.
Apesar de ter servido como conselheiro do ex-presidente Donald Trump, ele foi convidado por Biden a continuar desempenhando seu papel junto à Casa Branca.
“A viabilidade de seu objetivo é absolutamente clara, não há dúvida sobre isso”, afirmou. “Isso pode ser feito”.
Rochelle Walensky, indicada por Biden como a próxima chefe do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), também expressou confiança no domingo de que a meta de Biden de 100 milhões de doses em 100 dias pode ser alcançada.
Embora as autoridades de saúde dos EUA tenham tido sucesso em testar e confirmar a segurança e eficácia de duas novas vacinas em tempo recorde – a da Moderna e a da Pfizer/BioNTech –, a velocidade da campanha de imunização ficou longe do esperando, e a linha de produção não consegue responder pela demanda. Alguns estados começaram a afirmar que podem sofrer com a escassez de vacina.
Nova York, por exemplo, alertou que pode esgotar seus suprimentos de vacinas já na próxima semana devido a uma redução nas entregas coordenadas pelo governo federal.
De acordo com o CDC, 31,1 milhões de doses foram entregues até agora, mas menos de 40% (12,2 milhões) foram administradas. No início de dezembro, os funcionários do governo previam que 20 milhões de pessoas receberiam a primeira das duas doses antes que o ano acabasse, o que não ocorreu.
“O vírus vai piorar antes de melhorar”, disse Ron Klain, o chefe de gabinete de Biden, segundo o qual a cifra de mortos pode ultrapassar 500.000 em fevereiro. Atualmente, são registradas mais de 4.000 mortes por dia. “Vai demorar um pouco para reverter isso”, disse.
Klain afirmou que para cumprir sua meta de vacinação acelerada, o governo Biden poderia usar a Lei de Produção de Defesa, que permite ao governo exigir que a indústria se volte para cumprir um objetivo em comum. Trump já havia acionado a legislação criada na década de 1950 para suprir a demanda de ventiladores hospitalares no início da pandemia.
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