Bolsonaro diz que mortes em Manaus são por falta de cloroquina

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Foto: Adriano Machado/Reuters

O presidente Jair Bolsonaro responsabilizou nesta terça-feira o governo estadual do Amazonas e a prefeitura de Manaus por, segundo ele, “deixar acabar” o oxigênio que seria destinado aos pacientes de Covid-19. Bolsonaro disse que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, viajou na segunda-feira para Manaus para “interferir” na situação local, que segundo ele estava um “caos”.

Bolsonaro afirmou que o número de mortos na região “aumentou assustadoramente” devido à não aplicação do “tratamento precoce” — nome dado pelo governo federal ao tratamento com base em remédios sem eficácia contra o coronavírus.

— Mandamos ontem o nosso ministro da Saúde para lá. Estava um caos. Não faziam tratamento precoce. Aumentou assustadoramente o número de mortes. E mortes por asfixia, porque não tinha oxigênio. O governo estadual e municipal deixou acabar o oxigênio. É morrendo asfixiado. Imagina você morrendo afogado. Fomos para lá e ele interferiu. Estão falando já que “interferiu…”. Então vai deixar o pessoal morrer? — disse Bolsonaro em conversa com apoiadores, no Palácio da Alvorada.

No domingo, o governador do Amazonas, Wilson Lima, afirmou que as empresas fornecedoras de oxigênio informaram não ter condições de entregar a quantidade necessária do produto e que o Exército buscava uma parceria com o Exército para trazer cilindros de São Paulo.

— As empresas que fornecem oxigênio para o estado informaram que não têm mais condições de fornecer oxigênio na quantidade que o estado está necessitando. Nós estamos entrando em uma situação dramática. Se nada for for feito, nos próximos dias nós ficaremos sem esse produto.

Bolsonaro reconheceu que remédios como a hidroxicloroquina e ivermectina não tem eficácia comprovada contra o coronavírus, mas disse que decisão sobre tomar é de cada um:

— É igual quando falam da hidroxicloroquina, da ivermectina, tem ainda alguns que falam: “não tem comprovação científica”. Eu sempre falei que não tinha. Quem não quer tomar, que não tome.

Entretanto, a colunista Ruth de Aquino mostrou que o Ministério da Saúde enviou um ofício para a secretaria municipal de Saúde afirmando que é “inadmissível” a não aplicação do “tratamento precoce”.

O Globo 

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