Conheça os candidatos desconhecidos na Câmara e no Senado
Foto: Correio Braziliense
A disputa à Presidência da Câmara pode estar polarizada entre Arthur Lira (PP-AL) e Baleia Rossi (MDB-SP), mas isso não quer dizer que não existam outros postulantes à cadeira. Sem respaldo dos próprios partidos, Fábio Ramalho (MDB-MG), André Janones (Avante-MG), Alexandre Frota (PSDB-SP) e General Peternelli (PSL-SP) fazem campanha independente.
Já Luíza Erundina (PSol-SP) foi lançada para marcar posição como legítima esquerda. Marcel Van Hattem (RS) foi colocado pelo Novo para cumprir o mesmo papel, só que à direita. Haveria mais um nessa briga, o deputado Capitão Augusto (PL-SP), que se colocou de forma avulsa na disputa. Mas, ontem, ele desistiu do projeto.
No Senado, se Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e Simone Tebet (MDB-MS) atraem os holofotes, não quer dizer que estejam sozinhos na pista. Major Olímpio (PSL-SP) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO) têm pretensões ao comando da Casa e do Congresso, embora com remotas chances.
Ex-aliado de Jair Bolsonaro e candidato de primeira legislatura, o ex-ator Alexandre Frota foi o primeiro a lançar candidatura usando os pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, como plataforma. Também comprometeu-se a pautar o fim do foro privilegiado, a proposta de emenda à Constituição (PEC) da prisão após julgamento em segunda instância e as PECs da reforma administrativa e da tributária. Frota se posiciona em uma postura de claro embate a Bolsonaro e descreve sua candidatura como sendo “de protesto”.
O emedebista Fábio Ramalho (MG) está na quarta legislatura como deputado federal. Do mesmo partido de Baleia Rossi, aposta nas defecções e no discurso de igualdade entre os parlamentares, e o fim da classificação de parte da Câmara como “baixo clero”. Sem apoio do Executivo federal ou de governadores, Ramalho fez campanha no tête-a-tête, mas afirma que a estratégia é mais eficiente que as negociações por atacado. Afirma que, atualmente, os parlamentares se apresentam em um sistema desigual, onde “poucos mandam”.
Com 86 anos, Erundina está no sexto mandato como deputada federal por São Paulo. Começou a carreira política no PT e, em 1988, foi eleita a primeira prefeita da cidade de São Paulo. Deixou o ninho petista em 1997 e filiou-se ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). Em 2014, foi Coordenadora-Geral da coligação Unidos pelo Brasil, que lançou Marina Silva como candidata à Presidência da República. Chegou ao PSol em 2016, partido pelo qual concorreu como candidata a vice-prefeita na chapa de Guilherme Boulos a prefeitura de São Paulo, no ano passado. Três meses depois das eleições municipais, Erundina foi escolhida pela bancada para disputar a Presidência da Câmara dos Deputados. A parlamentar é a única mulher entre os nove candidatos na disputa.
Em seu primeiro mandato como deputado, Marcel Van Hattem participa da corrida eleitoral para a Presidência da Câmara pela segunda vez. No primeiro pleito, em fevereiro de 2019, teve 23 votos, 15 a mais do que o total de deputados que compõem a bancada do Novo. No lançamento da candidatura, os parlamentares do partido afirmaram que a legenda não se identifica com os demais proponentes. Apresentaram, também, um manifesto com sugestões de reformas no regimento interno.
O deputado General Peternelli integra um partido rachado entre o apoio dos favoritos, o líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), que tem a maioria dos deputados da legenda, e Baleia Rossi (MDB-SP), candidato sucessor de Rodrigo Maia, que possui, ao seu lado, as lideranças e a presidência da agremiação inimiga de Jair Bolsonaro. Como Vam Hattem (Novo-RS), o social-liberal se candidata pela segunda vez ao cargo de presidente da Câmara. Em 2019, porém, teve apenas dois votos. Peternelli propõe uma gestão com maior participação da população e dos deputados para definição da pauta.
Outro novato e o segundo da bancada mineira a engrossar o coro dos candidatos à Presidência da Câmara, André Janones está na primeira corrida eleitoral pela chefia da Casa. A principal plataforma eleitoral do parlamentar é afeita à esquerda. Janones prometeu que prorrogará o auxílio emergencial para informais como seu primeiro ato. Entre os avulsos que se apresentam como uma terceira via para fugir da polarização Arthur Lira-Baleia Rossi, o deputado disse marcar posição ao submeter seu nome ao pleito. “Essa é uma candidatura para marcar posição, que medirá o nível de descolamento do parlamento brasileiro com o povo do país. Medirá até quando essa casa continuará de costas para o interesse do povo brasileiro”, disse.
Ex-aliado de Jair Bolsonaro, Olímpio é policial militar e disputa a Presidência do Senado pela segunda vez. Na primeira, em 2019, sua plataforma era de alinhamento total com o presidente. Ele tem criticado o fato de o Palácio do Planalto e o PT apoiarem Rodrigo Pacheco. Olímpio faz parte do Muda Senado, grupo de senadores que empunham bandeiras como o combate à corrupção e o fortalecimento da Lava-Jato. Certo da dificuldade de vencer a eleição, afirmou, ao lançar a candidatura, que estava entrando na disputa “com a mesma sensação do time que entra em campo sabendo que o adversário tem vantagens (cargos e emendas) e tem o juiz como seu parceiro”.
Jorge Kajuru tenta marcar sua atuação com a mesma combatividade dos tempos em que era jornalista e apresentador de rádio e tevê. Apesar de concorrer à sucessão de Davi Alcolumbre (DEM-AP), sabe que suas chances são ínfimas, tanto que adiantou voto em Simone Tebet. Mas disse que se manterá na corrida apenas para usar os 10 minutos de discurso aos quais os postulantes têm direito. Kajuru também integra o Muda Senado, grupo cuja bandeira é o combate à corrupção.
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