França só aceita acordo com Mercosul com combate ao desmatamento no Brasil

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Foto: FLORIAN PLAUCHEUR / AFP

O ministro encarregado do Comércio Exterior da França, Franck Riester, afirmou nesta sexta-feira, que o governo francês não vai aprovar o acordo entre a União Europeia e o Mercosul sem haver garantias de que as relações comerciais entre os dois blocos não aumentarão o desmatamento.

As declarações foram feitas durante sessão sobre o comércio sustentável, no Fórum Econômico Mundial, que este ano acontece virtualmente.

De acordo com o Valor, Riester insistiu que é importante a União Europeia exigir de seus parceiros metas ambientais mais ambiciosas, que estejam alinhadas aos padrões europeus. E garantiu que a pressão por parte da França vai continuar.

O ministro francês mencionou ainda o plano de combater o chamado “desmatamento importado” – isto é, a compra de produtos ligados à derrubada de florestas -, lembrando que a UE pretende criar uma lei para lutar contra o risco de o aumento das transações comerciais incrementar a importação de desmatamento.

“Esse é o problema que temos com o Mercosul”, afirmou Riester, ressaltando, segundo a reportagem do Valor, que estão sendo buscadas soluções para assegurar que o comércio com o bloco sul-americano não aumente o desmatamento importado.

O Valor acrescenta que a França continuará a pressionar a UE para que, no futuro, todos os acordos comerciais tenham cláusulas de respeito ao Acordo de Paris contra mudanças climáticas.

A França quer ainda aumentar o monitoramento do capítulo de desenvolvimento sustentável nos acordos comerciais, apresentando sanções para o caso de os compromissos não serem cumpridos, afirmou o ministro francês.

“Temos que ter a ambição de criar novos padrões que permitam impulsionar globalmente nossos objetivos sustentáveis, em vez de incentivar o oposto”, defendeu o ministro Riester, para quem esta é a única forma de manter uma política econômica aberta e ter coerência com a necessidade de um desenvolvimento sustentável.

Nos últimos anos, a França tem sido mais rigorosa em relação à proteção ambiental em seus acordos comerciais, o que inclui todas as negociações que envolvem a UE.

Para que o acordo do Mercosul com a UE seja aprovado, é preciso que todos os 27 Parlamentos nacionais e regionais aprovem seus termos. O acordo se encontra desde 2019, quando atritos políticos relacionados à sustentabilidade e à proteção do meio ambiente começaram entre líderes europeus e o governo do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.

O Globo 

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