General chama Bolsonaro de “irresponsável”

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Foto: Gabriel de Paiva/Agência O Globo

O ex-ministro da Secretaria de Governo Carlos Alberto dos Santos Cruz, general de reserva, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro age com irresponsabilidade ao questionar a legitimidade da urna eletrônica e o resultado das eleições sem apresentar provas de suas acusações, e deveria responder judicialmente por seus atos. No entanto, o general da reserva defende a implantação do voto impresso para esvaziar o discurso radical contra o sistema eleitoral.

“Essa conversa de que se não colocar o voto impresso [em 2022], vai acontecer coisa pior [que nos Estados Unidos] é falta de responsabilidade”, diz Santos Cruz. Ex-ministro de Bolsonaro, o general afirma que o presidente “tem que apresentar as provas de suas acusações, ou responder processo por desacreditar as instituições”. Santos Cruz saiu do governo ainda em 2019, depois de se desentender com o núcleo do governo adepto do polemista Olavo de Carvalho.

Na quinta-feira Bolsonaro afirmou que situação semelhante à invasão ao Capitólio nos Estados Unidos, por apoiadores do presidente Donald Trump, inconformados com a derrota do republicano, poderia se repetir no Brasil se o voto impresso não for implantado para o pleito de 2022.

“A pessoa que diz que foi roubada na eleição, e não apresenta prova nenhuma, tinha que ser processada legalmente porque está criando um tumulto, desacreditando um sistema, fomentando a descrença nas instituições, e isso estimula a violência”, alertou.

Contudo, Santos Cruz coloca-se ao lado de Bolsonaro na defesa de uma tecnologia que permita a impressão do voto. “Eu sou a favor do voto impresso porque aperfeiçoa o sistema”, diz o general. “Ao mesmo tempo, tira dos aventureiros o discurso demagógico”.

Santos Cruz acredita que uma situação extrema como a invasão ao Congresso americano só aconteceria no Brasil se o “discurso irresponsável” do presidente não for contido. “Por que aconteceria aqui? Por causa do discurso irresponsável. Aí sim. Se ao invés de reforçar as instituições, você desprestigiar as instituições. Um candidato que diz que aqui o sistema teve fraude. Quantas eleições tivemos aqui, e não teve problema nenhum?”

Na quinta-feira, em nota oficial à imprensa, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, afirmou que “jamais houve qualquer razão para supor que os resultados proclamados não corresponderam à vontade popular manifestada nas urnas”. “Nunca se apresentou perante o Tribunal Superior Eleitoral qualquer evidência ou mesmo indício de fraude”, completou.

Valor Econômico

 

 

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