Lira fala como presidente da Câmara e anuncia pautas bolsonaristas

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Foto: Gabriela Biló/ Estadão Conteúdo

O candidato do PP à Presidência da Câmara, deputado Arthur Lira (AL), buscou consolidar ontem o voto dos deputados do PSL ligados ao presidente Jair Bolsonaro com a promessa de colocar em discussão as pautas conservadores defendidas pela bancada e defendeu mudar o regimento interno para agilizar votações.

O deputado também se comprometeu a priorizar a reforma administrativa do governo para votá-la no primeiro trimestre.

Lira afirmou que pretende votar no primeiro trimestre a reforma administrativa, que muda regras para a contratação de servidores públicos. “O Brasil precisa dar sinais claros de respeito ao teto [de gastos]”, comentou. O prazo sinalizado por ele, contudo, é bem curto se comparado a outras propostas – a reforma da Previdência do governo Bolsonaro, por exemplo, foi votada na Câmara em sete meses.

Entre as promessas do líder do PP está mudar o regimento interno da Câmara para diminuir a obstrução dos partidos de oposição – que estão aliados a Baleia ou a candidatura de Luiza Erundina (Psol-SP). “Vamos modificar um pouco do regimento para dar mais agilidade a esta Casa, para que as sessões acabem mais cedo, para que acabe com a liturgia de que todo projeto polêmico é votado na calada da noite porque enfrenta obstrução”, disse.

O grupo levou ao candidato pautas como ampliar a posse e porte de armas da população, a permissão para o ensino doméstico e a mineração em terras indígenas e ouviu que não haverá tema vetado para o debate, mas caberá aos relatores negociarem para formar maioria em torno dos projetos para que sejam pautados no plenário e aprovados.

O PSL declarou apoio à candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP), mas esse grupo de dissidentes conseguiu levou a sigla ao bloco partidário de Lira. A ideia deles é emplacar o deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), ex-líder do governo, como vice-presidente ou primeiro secretário da Câmara. Baleia terá até às 12h de segunda-feira para reverter isso.

Dos 53 deputados do PSL, 29 participaram das reuniões com Bolsonaro e depois com Lira, menos que os 36 que assinaram a lista de apoio ao PP. Mas, dos quatro deputados que o grupo de Baleia tentava convencer a mudarem de novo de lado, três participaram das reuniões de ontem, num sinal de que a articulação não funcionou por enquanto. Os demais, segundo os presentes, alegaram compromissos nos Estados para faltarem aos encontros.

O líder do PP também sinalizou contra uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre a condução do governo na covid-19. Disse que debaterá o tema se houver os requisitos mínimos – o apoio de 171 deputados e um “fato gerador claro” para ser investigado”-, mas que um tema tão complexo como a pandemia não pode ser politizado. “Precisamos tratar este momento do Brasil com união. Condeno por onde ando a politização da vacina e dos remédios”, disse.

O candidato disse que a reforma tributária será importante, mas a deixou em segundo plano. Não deu prazo e criticou uma falta de parecer após anos de debates – o relator é o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), aliado de Baleia.

Valor Econômico

 

 

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