Lira nega que MDB queira cargos no governo
Foto: Agência O Globo
Apoiado por Jair Bolsonaro, o candidato à presidência da Câmara Arthur Lira (PP-AL) disse nesta segunda-feira, em Brasília, que o partido do seu principal adversário na disputa, Baleia Rossi (MDB-SP), pode “sobreviver” sem cargos no governo. Em entrevista ao GLOBO, Rossi afirmou que a máquina federal estava perseguindo e retaliando parlamentares que não estão alinhados com Lira.
Na entrevista, o emedebista citou o caso do deputado Áureo (Solidariedade-RJ), que perdeu três cargos no governo, conforme informou O GLOBO. Lira reagiu nesta segunda-feira ao citar supostas retaliações em São Paulo, onde o governador do estado, João Doria, é aliado de Rossi.
— O MDB é independente e sobrevive sem espaço no governo, penso eu. Não conheço essas denúncias (de retaliação do governo). Eu sei também que a Câmara tem feito muitas nomeações e exonerações. Eu sei também que o governo de São Paulo tem feito muitas nomeações nesse período e não estou vendo uma cobertura equânime neste sentido — reagiu Lira.
Na semana passada, o deputado do PP esteve no Rio de Janeiro, onde recebeu parte do apoio da bancada do Rio de Janeiro. Entre os parlamentares que estavam no ato, realizado na Assembleia do Rio, estava Flordelis (PSD-RJ), acusada de mandar matar o marido. Perguntado se o encontro não era um constrangimento e se recebia o apoio dela sem reservas, Lira respondeu:
— Eu não sei. Ela esteve na reunião. Não tenho gestão sobre isso. Não posso proibir que ninguém vá a qualquer lugar.
Antes, disse que o Conselho de Ética terá independência para analisar esse e qualquer outro caso. Em 2020, o grupo ficou paralisado.
— O Conselho de Ética na Câmara é muito mais firme do que o CNMP.(Conselho Nacional do Ministério Público) Ele é dezenas de vezes mais firme que o CNMP. Sempre nós somos contestados. O Conselho de Ética terá, na sua nova formação, terá como sempre independência para tratar qualquer assunto. Qualquer deputado que tenha representação naquele conselho responderá por aquele conselho. E eu fui ao Rio de Janeiro receber o apoio da bancada majoritária do Rio de Janeiro.
Questionado sobre as manifestações do fim de semana a favor da abertura de um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, Lira disse que qualquer discussão sobre o assunto deve ser feita pelo atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
— Sempre respeitei as posições do presidente Rodrigo Maia e ele teve aí 5 anos com 57 pedidos de impeachment na sua gestão. Se ele não abriu nenhum é porque ele não viu motivos, e essa pauta, mais uma vez eu digo, não é para discussão sobre teses. Então, eu não tocarei nesse assunto enquanto candidato. Presidente da Câmara é Rodrigo Maia e só ele cabe discutir esses assuntos.
Lira também disse que qualquer criação de auxílio emergencial deve estar condicionado à abertura de espaço fiscal no orçamento, sem perigo de extrapolar o teto de gastos. O deputado também ressaltou que não há condições de prorrogar a PEC do Orçamento da Guerra, que permitiu ao governo a gastar mais no ano passado.
— Temos dentro do Orçamento inúmeras situações que podem ser revistas. Veja, nós estamos com 96% de despesas obrigatórias no Orçamento. Em muitos anos, houve sobra de despesas em diversas áreas, de recursos carimbados. No final do ano, isso serve de superávit, mas não serve para remanejamento. No final do ano, no apagar das luzes, o que o Congresso precisa fazer, a Câmara e o Senado, e vem muito ali na PEC emergencial, é justamente isso. É dar mais liberdade. E aí sim. Sem apontar abono, sem apontar aposentados, vai logo na ferida mais dura. É apontar caminhos de desindexação, claro, possibilidade de gatilhos. E desvinculação (…) para arrumar espaço fiscal.
Lira também disse ser mais importante a reforma administrativa do que a tributária.
— A reforma administrativa é importante, mais significativa e sinalizadora, a princípio, na contenção de despesas, de gastos do poder público, do que a tributária. Ela é importante, será tratada, e a tributária vou dizer exatamente o que venho dizendo: você roda o Brasil todo, é necessária, todos os estados querem a simplificação tributária. Os estados querem. Mas será mais trabalhosa. É a que tem mais demanda, mais dissidências, mais divergências.
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