Tasso diz que instituições terão que ser fortes contra Bolsonaro

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Foto: Andre Coelho/Valor

O presidente Jair Bolsonaro está seguindo a mesma pista do presidente americano Donald Trump para, caso não vença as eleições presidenciais em 2022, contestar o resultado. Com uma diferença: colocou militares no governo e vem trabalhando na aproximação com as polícias militares, gastando boa parte de sua agenda participando de formaturas, porque espera tê-los a seu lado em uma possível resistência à vontade das urnas.

A avaliação é do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). “Ele corteja as polícias militares ainda mais que o Exército”, alerta. Por isso, Tasso avalia que a eleição das Mesas do Senado e da Câmara dos Deputados, que ocorrerá em fevereiro, é fundamental para frear ímpetos anti-democráticos do presidente. “Não podemos ter presidentes do Legislativo submissos ao governo. Não pode ser alguém que abaixe a cabeça para o Bolsonaro e tem de estar preparado. As instituições precisarão ser fortes, trincar os dentes”.

“Essas eleições da Câmara e Senado são mais importantes do que estão percebendo. Não podemos fazer bobagem”

Tasso vê a possibilidade de formação de uma frente ampla para enfrentar Bolsonaro na disputa presidencial, mas diz que primeiro é preciso que se “tire os nomes” do caminho, discuta uma agenda e só depois escolha o candidato – seja João Doria (PSDB), Ciro Gomes (PDT), Luciano Huck (sem partido) ou outro.

Na economia, o senador diz que é preciso conservar uma “âncora fiscal”, mantendo o atual teto de gastos este ano, mas trabalhar desde já na migração para um outro modelo no próximo ano. Tasso diz ainda que um novo auxílio-emergencial será necessário e logo, por ao menos 3 meses, com decretação de um novo estado de calamidade. “Todos os dados indicam que este janeiro será complicadíssimo, um dos piores meses em casos e óbitos da pandemia desde que começou. A situação só vai mudar quando grande parcela da população estiver vacinada”.

As dificuldades encontradas pelo governo para colocar em prática uma plano de vacinação, para Tasso, colocam em dúvida sua real intenção. “Ou é uma desorganização absoluta e profunda ou é uma coisa de má vontade mesmo, e isso é criminoso, é prevaricação”.

Ele também tem levado ao governo seu projeto de “lei de responsabilidade social”, para expandir a atual rede de proteção social. O governo, contudo, ainda não dá sinais claros de se vai encampar a proposta.

“É importante que façamos um movimento para desmilitarizar o governo, desvincular as Forças Armadas”

Valor Econômico

 

 

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