ACM Neto quer devolver ministério a Bolsonaro

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Foto: Reprodução/Câmara dos Deputados

O presidente do DEM, ACM Neto, tem articulado nos últimos dois dias para “desarmar uma bomba”: a indicação de seu aliado, o deputado João Roma (Republicanos-BA), para o Ministério da Cidadania.

Bolsonaro já anunciou que o atual ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, vai deixar o cargo, mas ainda não anunciou o sucessor.

O nome, da cota do Republicanos como parte das negociações da eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, caiu no gosto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mas implode o discurso de ACM Neto de que o DEM não negociou cargos com o governo e não está alinhado ao Planalto.

Neto pediu ao próprio deputado Roma, de quem é amigo e uma espécie de padrinho político, que não aceite o cargo. E conversou com auxiliares do presidente para explicar que, se a nomeação se confirmar, ele não terá outra opção a não ser declarar o DEM como de oposição.

O discurso do alinhamento do DEM com o Planalto interessa, na visão de aliados de Neto, ao PSDB de João Doria. O governador de São Paulo quer ser o protagonista da oposição a Bolsonaro entre os partidos de centro – e, se Neto tiver um aliado como ministro no governo, os tucanos do grupo de Doria vão explorar essa narrativa.

Por isso, o presidente do DEM tem repetido a aliados que pediu ao Planalto para não fazer a indicação.

Ao Planalto, no entanto, interessa o racha entre os partidos de centro: o projeto do governo, como o blog já mostrou, é desidratar candidaturas de centro para polarizar com a esquerda em 2022.

Sobre posicionamentos, o DEM se reúne no fim de fevereiro para discutir o futuro do partido, discussão antecipada após a declaração de ACM Neto de que não descarta apoiar Bolsonaro em 2022. O ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta aguarda a conversa para decidir se fica ou sai da legenda.

Segundo o blog apurou, se Mandetta exigir ser lançado como pré-candidato agora, será muito difícil para a cúpula do DEM avalizar o projeto com mais de um ano de adiantamento do pleito. Motivo: Mandetta, pré-candidato, passaria 2021 fazendo oposição a Bolsonaro, com a chancela de candidato do partido. E o DEM ainda não decidiu que rumo tomará em 2022.

Por isso, a ordem é tirar o assunto de pauta e esperar os acertos dos outros partidos, como o próprio PSDB. O racha entre os tucanos está acirrado, e a expectativa do grupo adversário de Doria é de que Bruno Araújo, presidente da legenda, tenha seu mandato prorrogado nesta sexta-feira (12) – o que representaria uma derrota para o governador de São Paulo.

G1  

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