Fantoche de Bolsonaro assume Câmara falando em “neutralidade”
Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo
Em discurso após ser eleito presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) defendeu a “neutralidade” da presidência e prometeu ouvir os deputados de centro, esquerda e direita em sua gestão. Lira foi eleito após forte interferência do governo Jair Bolsonaro, que cedeu emendas e retaliou opositores do candidato.
— Meus irmãos e irmãs brasileiros de todo o país. Sei o peso e a dimensão da responsabilidade que vossas excelências acabam de me delegar ao me eleger para presidir essa Casa pelos próximos dois anos — disse Lira após a eleição.
No discurso, disse fazer questão de iniciar a jornada com um “gesto simbólico”: ficar de pé ao lado da cadeira da presidência. Durante a campanha, ele criticou diversas vezes Rodrigo Maia por ter sido um presidente centralizador.
— É um gesto de respeito a esse plenário.
Lira afirmou ainda que “a glória é efêmera” e que irá servir ao país com dedicação nesse “momento de enorme angústia” do povo brasileiro. Pediu um “momento de silêncio” em respeito às “vidas ceifadas” pela Covid-19.
— Não me confundo com essa cadeira e jamais irei me confundir. Sou um deputado igual a todos. Não sou e não serei a cadeira que irei ocupar ao longo dessa legislatura.
Lira disse que a Câmara é “a espinha dorsal do regime democrático” e que o formato do plenário, circular e plano, remete ao fato de que a presidência deve ter neutralidade e ser equidistante de todos os grupos do espectro ideológico.
— A cadeira deve ser giratória. Para que seus ocupantes sejam capazes de olhar para o centro, a esquerda e a direita. Tem que olhar e ouvir todos os lados.
Durante o discurso, Lira fez um gesto de conciliação ao agradecer e elogiar Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Baleia Rossi (MDB-SP). Disse que trabalhará para que a Câmara seja harmônica diante das crises econômicas e sanitárias.
— Vivemos a mais cruel e devastadora pandemia do último século.
Segundo Lira, será preciso criar novo mecanismo de proteção social aos brasileiros em situação de vulnerabilidade. Com o fim do auxílio emergencial, o presidente da Câmara indicou que retomará uma nova discussão sobre o assunto.
— Precisamos urgentemente amparar os brasileiros que estão em desespero econômico por causa da Covid-19.
Além disso, tratou de uma das frentes de combate à pandemia:
— (Precisamos) vacinar, vacinar, vacinar.
Lira disse ainda que vai propor ao novo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) a votação de uma “pauta emergencial”.
— Temos que avançar nas reformas do Brasil, que vêm sendo tentadas por sucessivos governos. É mais urgentes do que nunca.
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