Mãe de Bolsonaro tomou vacina chinesa

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Foto: Reprodução

A mãe do presidente Jair Bolsonaro (Sem partido), Olinda Bolsonaro foi vacinada contra a covid-19 em 12 de fevereiro deste ano com o imunizante desenvolvido pelo laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. A informação, divulgada pelo portal R7, consta nos dados oficiais do município de Eldorado, interior de São Paulo, onde a idosa mora e, segundo o próprio site, foi revelada à revelia da vontade da família.

Dados do SUS, cruzados com a da Secretária de Saúde de São Paulo mostram que apenas 26 pessoas foram imunizadas na data em que dona Olinda se apresentou ao posto de saúde – todas elas com a Coronavac. Apenas 50 moradores receberam o imunizante da AstraZeneca, cujo estoque findou três dias antes da vacinação da mãe do presidente, que, com 93 anos, integra o grupo prioritário para vacinação previsto no Plano Nacional de Imunização (PNI). O fato chama a atenção, uma vez que o presidente Bolsonaro, por meses, promoveu uma forte campanha contra a “vacina chinesa”.

Quatro meses antes de a imunização da mãe ocorrer, em outubro de 2020, o presidente afirmou em transmissão ao vivo nas redes sociais que o Brasil não a compraria, mesmo que ela fosse aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “A (vacina) da China nós não compraremos, é decisão minha. Eu não acredito que ela transmita segurança suficiente para a população. Esse é o pensamento nosso”, declarou à época.

Em janeiro deste ano, o presidente voltou a criticar o imunizante. “Se jogar uma moedinha para cima é 50% de eficácia”, disse a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada após a divulgação dos resultados consolidados dos estudos clínicos realizados no Brasil.

Na época, o chefe do Executivo já havia mudado o tom do discurso. “A vacina é do Brasil, não é de nenhum governador, não”, afirmou Bolsonaro em referência ao governador de São Paulo, João Dória (PSDB), que ganhou os holofotes durante a divulgação da campanha de vacinação.

Ainda no mês passado, Bolsonaro disse que ele e os irmãos estariam “decidindo o que vai acontecer” sobre a vacinação de dona Olinda. Em tom um pouco mais ameno, ele ainda criticava a substância. “A vacina chama-se emergencial. Não está devidamente comprovada ainda. Os laboratórios e seus contratos dizem que não se responsabilizam por efeitos colaterais. No que depender de mim, a vacina não será obrigatória”, disse na mesma entrevista.

Correio Braziliense  

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