Zambelli diz que sem Maia Bolsonaro nadará de braçada
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A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) acredita que a polarização entre Planalto e Congresso ficou no passado. Ela está otimista com o relacionamento entre Executivo e Legislativo, particularmente na Câmara, com a presidência de Arthur Lira (PP-AL). Assim como sinalizaram os integrantes da cúpula dos Poderes, ontem, Zambelli defende a aprovação, com urgência, da Comissão Mista Orçamentária, assim como a instalação das outras comissões e a volta do trabalho presencial. Cotada para assumir a Secretaria de Comunicação da Casa, diz estar à disposição. E afirma que a divisão do Partido Social Liberal (PSL) durante a campanha foi necessário para “arrumar a casa”.
Há quem diga que o governo Bolsonaro começa agora. É isso?
Talvez eu não concorde plenamente porque a gente já conseguiu muita coisa, como a reforma da previdência, que foi primordial. E, no ano passado, aos trancos e barrancos, conseguimos desenvolver o maior plano de transferência de renda da história do Brasil. Então eu acho que o governo Bolsonaro desenvolveu coisas muito boas, que vão beneficiar o país em médio e longo prazo – apesar do Rodrigo Maia.
Durante a campanha, houve um racha no PSL. Como o partido surge neste momento?
Houve um desgaste mas, ao mesmo tempo, era necessário arrumar a casa. Quando há uma ruptura, como a que houve no PSL, é preciso um desgaste. Acho que o major Victor Hugo teve um papel fundamental para podermos ficar no bloco do Arthur Lira, o que fez toda a diferença para tudo que acontecerá nos próximos dois anos na Câmara. A liderança do partido com o major Victor Hugo nos dá a tranquilidade de ver PSL e governo alinhados.
A senhora é cotada para um cargo na Câmara?
Há chance de eu ocupar a Secretaria de Comunicação (Secom) da Câmara. Tive uma conversa com Arthur Lira, mas ainda não está definido. É um cargo importante, de escolha do presidente. Eu me sinto honrada de ter sido cotada e estou à disposição para o que ele precisar.
O auxílio emergencial deve voltar?
Deve ser mantido se for possível economicamente falando; quem tem que dizer isso é o Paulo Guedes. Tivemos uma queda muito grande na arrecadação. Temos que achar uma solução — não sei se o auxílio emergencial — para esses 20 milhões de pessoas desempregadas. Essa solução perpassa, por exemplo, por pararmos de forçar o fechamento de empresas. No meu estado, o governador Doria reduziu o horário de funcionamento do comércio. Se o tempo de atendimento é reduzido, ocorre a aglomeração de pessoas no espaço menor de tempo. A economia fica em risco, mais gente entra na linha da pobreza e arriscando a vida. Foi distribuído dinheiro a rodo para todos os governadores. Se eles não se prepararam para receber seus enfermos e para uma situação de emergência, pode ter certeza que houve desvio.
Com a proximidade de 2022, a polarização tende a crescer, tornando mais difícil a aprovação de reformas?
Eu não acho que a polarização tende a crescer. Acho que cresceu muito nos últimos dois anos principalmente porque o Rodrigo Maia tornava o debate tão acalorado que era necessário escolher um lado. O Arthur Lira falou algo que, para mim, ganhou meu voto: “O presidente da Câmara não tem que ser aquele cara que — cada vez que o presidente do STF, Executivo ou da República fala alguma coisa — vem dar opinião sobre aquilo. Isso tem que parar porque vira uma guerra de vaidade”. Precisamos reduzir uma guerra de vaidade e acho que o Arthur Lira é a pessoa certa para fazer isso.
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