Bolsonaro ataca medidas sanitárias no comitê dos Poderes contra covid

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Foto: Julio Nascimento/PR

Após a primeira reunião do Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento da Pandemia da Covid-19, o governo continua se opondo a medidas que impeçam a circulação de pessoas e ou imponham restrições ao trabalho. Essas ações foram adotadas por vários governadores e prefeitos como forma de conter o avanço da pandemia de Covid-19 no Brasil. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que “medidas extremas nunca são bem vistas”. Já o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o único caminho é deixar o povo trabalhar. Pela manhã, os dois participaram da reunião, realizada no Palácio do Planalto, que também contou com a presença dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

— Nós sabemos que nos grandes feriados há possibilidade de aglomerações desnecessárias. As pessoas devem observar o uso de máscaras. O uso de máscaras é importante, é fundamental. Devem guardar o distanciamento entre si para que essa doença não seja transmitida na velocidade que vem se transmitido. Então são várias ações. Se fizermos todas essa ações de maneira efetiva, nós vamos ter melhores resultados. Medidas extremas nunca são bem vistas pela sociedade brasileira e têm dificuldade de adesão. Então vamos fazer cada um a nossa parte, compromisso de cada um dos brasileiro, usar máscara, disciplinar os transportes públicos. Estamos discutindo com o Ministério da Infraestrutura a adoção de políticas nos transportes públicos que possam resultar num menor potencial de contaminação — disse Queiroga em pronunciamento à imprensa após a reunião.

Em outro evento, no qual foi feito o anúncio do pagamento da nova rodada do auxílio emergencial a partir da terça-feira da semana que vem, Bolsonaro criticou medidas como toque de recolher e fechamento de comércio, que, segundo ele, podem provocar fome e serem piores que o próprio vírus.

— O governo sabe que não pode continuar por muito tempo com esses auxílios, que custam para toda a população e podem desequilibrar a nossa economia. O apelo que a gente faz aqui é que essa política de lockdown seja revista. Isso cabe na ponta da linha a governadores e prefeitos. Só assim podemos voltar á normalidade. Temos assistido em vários países da Europa uma fadiga, um estresse no tocante à política de lockdown. A população não apenas quer, precisa trabalhar — disse o presidente, reconhecendo que o valor do auxílio é baixo e concluindo: — Só temos um caminho: deixar o povo trabalhar. Os efeitos colaterais do combate à pandemia não podem ser mais danosos que o próprio vírus.

No pronunciamento ao lado de Queiroga, Pacheco e Lira defenderam medidas como a possibilidade de a iniciativa privada adquirir vacinas contra a Covid-19. O Congresso aprovou uma proposta nesse sentido, já sancionada por Bolsonaro, mas com algumas restrições. Enquanto os grupos prioritários estiverem sendo vacinados, as doses compradas deverão ser doadas integralmente ao Sistema Único de Saúde (SUS). Terminada essa etapa, metade das aquisições deverão ser entregues ao SUS.

Lira disse que a Câmara vai discutir uma possível mudança na lei para que os empresários possam imunizar seus funcionários mesmo quando a vacinação dos grupos de risco não tiver terminado.

— Tem uma discussão que se inicia hoje na Câmara, e tem que ser transparente com a imprensa acompanhando, que é a possibilidade de a iniciativa privada adquirir vacinas para que o empresário possa vacinar seus funcionários para manter sua empresa, seu negócio de pé, e também extrapolar para o SUS uma quantidade, também podendo extrapolar para a família dos funcionários, ou podendo doar 100% para o SUS. Não há conflito de interesse. O Ministério já tem contratualizadas mais de 500 milhões de doses. A iniciativa privada talvez possa ter uma agilidade por outros caminhos que possam trazer outras vacinas ao Brasil. E qualquer brasileiro vacinado é um a menos na estatística de que pode correr risco de contrair o vírus — afirmou Lira.

Pacheco também disse que pediu a Bolsonaro a sanção de um projeto aprovado pelo Congresso que permite que empresas façam a aquisição de mais leitos de UTI por meio de compensação tributária. O presidente do Senado afirmou ainda que o novo ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto Franco França, tem que priorizar parceira com os Estados Unidos para buscar medidas de combate à pandemia.

— Recebemos com muita satisfação as duas propostas legislativas, seja a participação da iniciativa privada na campanha de vacinação, seja a possibilidade de oferta de leitos privados através de compensações tributárias. São iniciativas importantes que se somam a outras inciativas já tomadas pelo Poder Legislativo que tem sido úteis à população brasileiras — disse Queiroga, sem entrar em detalhes na proposta feita por Lira.

Lira reclamou da forma como ocorre a divulgação dos números da vacinação. Ele afirmou que o Ministério da Saúde informou já ter distribuído 34 milhões de doses, mas foram aplicadas apenas 18 milhões. Lira disse não acreditar que os governadores e prefeitos não estejam vacinando e pediu melhorias na forma de divulgar os dados. Em resposta, Queiroga afirmou que é preciso aprimorar o sistema para colher informações dos estados e municípios.

Na segunda, secretários estaduais e municipais de Saúde reclamaram com o Ministério da Saúde de postagens feitas por Bolsonaro, embora sem citar o nome dele, mostrando a diferença entre doses distribuídas e aplicadas. As postagens, lembraram os gestores locais, ignoram que parte dos imunizantes precisa ser guardada para aplicação da segunda dose e também a lentidão do preenchimento informatizado das informações sobre os vacinados. E em muitos locais, é feito em planilha e só depois inserido no sistema oficial de dados.

Queiroga afirmou que a pasta está trabalhando em conjunto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para permitir a aquisição de vacinas do laboratório indiano Bharat Biotech, com quem o ministério já tem contrato. Na terça-feira, a Anvisa negou certificado de boas práticas ao fabricante, documento necessário para poder registrar a vacina.

— Os senhores viram que a Anvisa fez ontem um reparo acerca das fábricas na Índia, e há necessidade de resolver essas questões regulatórias. Essa questão do aporte de vacinas é um processo dinâmico, que tem que obedecer as questões regulatórios do país, sobretudo a legislação, mas o Ministério da Saúde está atento e trabalhando juntamente com a Anvisa e com base na legislação para que as vacinas adquiridas junto à Índia possam ser acessíveis à população brasileira — disse o ministro da Saúde.

Queiroga também afirmou está acompanhando a situação dos medicamentos para intubação a fim de garantir uma distribuição desses remédios entre a rede pública e a privada. Disse que a indústria brasileira não tem capacidade de atender a demanda, e por isso está em tratativas adiantadas com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e o governo dos Estados Unidos para regularizar os estoques. Defendeu ainda o uso racional do oxigênio, destacando que isso não significa racionamento, mas oferecer a quem realmente precisa e combater possíveis vazamentos na tubulação.

Estadão 

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