Empresas e juízes furam fila da vacina
Foto: Reprodução
Não durou 24 horas a tentativa de cobrar o mínimo de civilidade da iniciativa privada na compra de vacinas. Assim que foi assinada a lei que permite a aquisição e obriga a doação das primeiras doses ao sistema público, surgiram grupos interessados em aproveitar o benefício e esquecer a contrapartida.
A regra foi criada para garantir a proteção de segmentos vulneráveis e evitar a criação de uma vacinação paralela. A lei determina que todas as doses compradas sejam entregues ao SUS até que os grupos prioritários estejam imunizados. Mesmo depois disso, metade das vacinas devem ficar com o setor público.
A operação fura-fila foi puxada por juízes, clínicas particulares e empresários. Horas depois da publicação da lei que criou as regras para a compra, na quarta (10), uma vara federal de Brasília autorizou a Associação Nacional dos Magistrados Estaduais a importar vacinas imediatamente para filiados e suas famílias.
O grupo de juízes argumentou que estava exposto “a níveis maiores de risco de contaminação pelo vírus”. A decisão judicial permite a compra das vacinas sem citar a necessidade de doação para a fila pública.
A associação de clínicas particulares de vacinação também anunciou que vai aos tribunais para ficar com todas as vacinas que forem compradas. A entidade negocia a importação de 5 milhões de doses. A ideia é imunizar quem puder pagar por elas.
Redação com Folha
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