Especialistas dizem que mega aglomerações no Rio provocarão desastre
Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo / 06-01-2021
O epidemiologisra da UFRJ Roberto Medronho disse, nesta quinta-feira, que a situação do Rio em relação à pandemia de Covid-19 é “muito grave” e que o estado já está muito próximo a um “colapso grande” na área de saúde. Em entrevista ao “Bom Dia Rio”, da TV Globo, ele alertou para a necessidade de medidas mais restritivas, o que chamou de “a vacina do momento”, e do controle do acesso ao sistema de transporte em todo o estado, para impedir a propagação do vírus. Medronho lamentou ainda o atraso na comunicação do número de casos às autoridades. Para ele, se isso fosse feito de maneira mais ágil, seria mas fácil para que as autoridades tomassem decisões no enfrentamento à pandemia. O epidemiologista citou, ainda, que considera como medo das autoridades a falta de transparência nos números.
— O risco está aumentando, isso é claro. Os dados mais atuais, em que se consegue ver que há tendência de aumento, mostram claramente uma situação muito grave. Então, nós precisamos e esperamos que hoje a prefeitura anuncie medidas mais restritivas. Porque, se nós adotarmos essas medidas agora, nós teremos um quadro melhor do que, por exemplo, em algumas outras capitais. Como foi Manaus e como está sendo em Porto Alegre. Depois que a situação ficar muito pior, essas medias já chegarão com certo retardo. Então nós não temos que ter dúvidas: é restringir a mobilidade — disse.
O epidemiologista frisou que a chegada das doses de vacina está em ritmo muito lento:
— O que nós estamos vendo é um aumento no número de casos de internação em UTIs ou nas enfermarias. Esses casos estão ocupando leitos que seriam utitilizados para o dia a dia, que também precisam ser internados. As doenças crônicas degenerativas, os acidentes… Então, já estamos na porta de um colapso grande no sistema de saúde e precisamos ampliar as medidas restritivas. Porque esta é a vacina do momento. Porque as vacinas estão chegando mas em conta-gotas. Já a doença está chegando em grandes ondas.
Medronho falou, ainda, sobre a mobilidade no estado. Segundo o especialista, ela, hoje, está bastante próxima à que era registrada antes do início da pandemia.
— A mobilidade no nosso estado nós estamos medindo e está agora em 65%, muito próxima, mas muito próxima mesmo, ao período pré-pandêmico, quando girava em torno de 70, 72%. Então, temos que adotar medidas em todo o estado que diminuam rapidamente essa mobilidade. Porque é a partir dessa mobilidade que as pessoas entram em contato em várias situações. No seu local de trabalho, nos bares, restaurantes… E é aí que o vírus se transmite mais rapidamente. Tendo maior transmissão de vírus, teremos maior número de casos graves, teremos maior número de óbitos. O momento é agora para aumentarmos a restrição à mobilidade em todo o estado — disse.
O epidemiologista alertou, ainda, para a dificuldade no cálculo do R (índice associado à ideia de velocidade da propagação da doença) por causa do retardo nas notificações de casos.
— Nós calculamos o R, com os colegas da Coppe, e está em 0,89. O grande problema é que esse R se refere a semanas atrás. Hoje mesmo estávamos discutindo um método de tentar captar leitos de internação, vagas no Sisreg. Para tentar fazer um cálculo de R mais a contento, mais próximo da realidade. Então, os nossos Rs, infelizmente, carecem de uma grande robustez por conta da qualidade dos dados — destacou.
Para Medronho, o atraso nas notificações do número de casos e de mortes por coronavírus é muito grande:
— Então, os modelos que são para prever o futuro acabam prevendo o passado, o que obviamente é uma metáfora. Nós precisamos de um sistema de informação ágil. Nós temos tecnologia, nós temos pessoal competente, para que entrem imediatamente com os dados. Tão logo diagnosticou a doença, esses dados cheguem nas mãos dos secretários para que eles adotem medidas em tempo real.
Ele disse que o sistema que temos atualmente está na “idade da pedra”.
— Nós temos um sistema de notificação muito atrasado, ainda na idade da pedra, perante os avenços tecnológicos que o Brasil já tem. Quando vemos os sistemas bancários, o sistema de Imposto de Renda, são coisas maravilhosas que muitos lugares do mundo não têm. Por que não aplicar essa expertise para a saúde pública. Eu acho que, muitas vezes, há um medo das autoridades em dar total transparência ao que ocorre na saúde da população. Só pode ser essa explicação. Porque tecnicamente nós temos a solução — afirmou.
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