Ex-porta-voz diz que Bolsonaro é imaturo
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Ex-porta-voz do presidente Jair Bolsonaro, o general Otávio Rêgo Barros publicou nesta quarta-feira um artigo com críticas carregadas ao presidente. No texto, veiculado no blog do Noblat, do site da “Veja”, sem citar o nome de Bolsonaro, que o presidente “não é mais um militar” e que “o amadurecimento intelectual – característica marcante na formação dos atuais chefes – não esteve presente em sua trajetória.”
“Permaneceu como aluno, cadete e oficial cerca de 15 anos. Como político, mais de 30 anos. Naturalmente, os atributos que lhe foram ensinados, enquanto militar, ficaram pelo caminho, substituídos por conceitos não aplicados dentro de uma instituição como é o Exército Brasileiro”, escreveu Rêgo Barros.
O general também falou sobre a crise protagonizada pelo presidente e os comandantes das Forças Aramadas, que colocaram seu cargo à disposição nesta semana, em resposta à tentativa de Bolsonaro de impor decisões políticas sobre os militares. Rêgo Barros reforçou a mensagem de que as Forças Armadas são forças de Estado e que não vão se submeter aos desejos do presidente.
“Seu aparente desejo de transformar essa centenária instituição, detentora dos mais altos índices de confiabilidade, em uma estrutura de apoio político, afronta tudo o que defendem as Forças Armadas em sua atitude profissional. Buscar adentrar as cantinas dos quartéis com a política partidária é caminho impensado para as Forças Armadas. Elas já estão vacinadas contra esse vírus”, disse.
O ex-porta-voz de Bolsonaro disse ainda que “as mudanças constantes e atabalhoadas da gestão, às vezes deslocadas dos princípios mais salutares das democracias maduras, vêm promovendo preocupações em todos estamentos da sociedade”. Rêgo Barros reforçou, porém, a mensagem de que o país não será mergulhado em uma crise institucional e afirmou que “as ideias de legalidade, legitimidade e estabilidade permanecem indicando o caminho” das Forças Armadas.
Rêgo Barros foi exonerado do cargo de porta-voz da Presidência em outubro do ano passado, mas já não vinha exercendo essa função meses antes de seus desligamento.
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